O dia de campanha do CDS-PP arrancou com uma visita ao Mercado Municipal de Braga, por onde passaram também comitivas do PSD, Iniciativa Liberal e PS.

À sua espera, o líder tinha uma comitiva de cerca de meia centena de pessoas, entre as quais o ex-líder do partido Manuel Monteiro, o presidente da concelhia e vereador da Câmara Municipal, Altino Bessa, o cabeça de lista por Braga, José Paulo Areia de Carvalho, o porta-voz da Tendência Esperança em Movimento, Mário Cunha Reis, e o ex-presidente da Juventude Popular, Francisco Mota, bem como o atual, Francisco Camacho.

A ausência mais sentida foi a de Nuno Melo – que anunciou que seria candidato à liderança contra Francisco Rodrigues dos Santos no congresso que esteve marcado para novembro mas foi cancelado — por estar em isolamento na sequência de um contacto de risco com uma pessoa infetada com covid-19.

Quando chegou, o presidente do CDS-PP cumprimentou Manuel Monteiro, a quem se dirigiu como “presidente”, com um aperto de mão.

O antigo líder, que voltou a filiar-se no partido já na liderança de Rodrigues dos Santos, chegou a ser sondado para integrar as listas de candidatos a deputados, mas rejeitou o convite.

Quando falou aos jornalistas, no final da visita, o líder centrista salientou que Manuel Monteiro, “um histórico ex-presidente do partido”, é “um homem muito credível” e que “sempre se pautou pelos valores da integridade, independência e honestidade”, sendo “um privilégio poder contar com ele”.

Já sobre as ausências de Nuno Melo e também de Telmo Correia, líder parlamentar e deputado eleito pelo círculo de Braga, desvalorizou.

“Eu sou um homem satisfeito, um presidente do partido contente com as pessoas que tenho cá”, afirmou, considerando que “todo o CDS” está unido em torno de “um bom resultado eleitoral”.

Ainda antes da chegada do presidente centrista, à porta do mercado uma comitiva socialista cruzou-se com os apoiantes do CDS e o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, cumprimentou Manuel Monteiro e defendeu que o CDS não pode perder os seus valores.

“São valores que o CDS não pode perder e é importante ter um CDS forte porque é um dos partidos fundadores da democracia e da vida política constitucional portuguesa”, afirmou.

Estas palavras levaram Manuel Monteiro a comentar que “esta é a notícia do dia”.

O socialista desejou boa sorte ao CDS nas eleições legislativas de dia 30 mas assinalou que o PS quer “uma maioria estável para quatro anos”.

Questionado pelos jornalistas, o presidente do CDS-PP afirmou ser “do mais elementar bom senso reconhecer que o CDS é um partido estruturante da democracia, fundador do regime” e defendeu ser “urgente que a sua força não seja substituída por partidos ‘fanatistas’ populistas, nem por um liberalismo que é em tudo igual à esquerda nos valores e só se diferencia na economia, e não tem preocupações sociais”.

E sobre a presença de comitivas do PSD e Iniciativa Liberal no mesmo local, apontou que “a direita acompanha sempre a campanha do CDS” porque o partido é “a direita certa para Portugal”.

Na visita ao mercado, o vereador Altino Bessa “comandou as tropas” e ia indicando o caminho Francisco Rodrigues dos Santos e ao cabeça de lista, José Paulo Areia de Carvalho. Já Manuel Monteiro seguia uns metros mais atrás.

Entre vendedores e clientes, o presidente do CDS-PP ouviu palavras de incentivo, provou presunto, bolo e ginja, e disse estar confiante de que o partido vai “desmentir” as sondagens que apontam a descida do partido nas eleições legislativas.