"A Celtejo concorda com os ambientalistas na importância da divulgação dos resultados das análises [feitas pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território]", afirmou à agência Lusa, fonte da Celtejo.
As associações ambientalistas, Quercus e Zero, defenderam a necessidade de respeitar a decisão do Ministério Público que colocou em segredo de justiça o inquérito à poluição no rio Tejo, ainda que entendam que, por questões de saúde pública, os resultados deveriam ser públicos.
À agência Lusa, o presidente da Quercus, João Branco, lamentou que o inquérito esteja em segredo de justiça, apesar de aceitar a ordem judicial.
"Nós achamos que devia ser divulgado, que é uma informação relevante para a opinião pública, mas não só. Por questões de segurança e saúde pública os valores deviam ser conhecidos", sustentou.
Já Francisco Ferreira, da Zero, defendeu que deve ser respeitada a decisão judicial e considerou fundamental que se "averiguem as circunstâncias" do episódio de poluição no rio Tejo, para se perceber se houve ou não um acidente relacionado com a fábrica de celulose Celtejo ou, acrescentou, se se tratou apenas de poluição acumulada.
"Seria importante que toda esta informação fosse pública para nós melhor percebermos o que se pode e deve decidir em relação à produção naquela zona", disse.
O Ministério Público notificou a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT) de que os elementos recolhidos no âmbito do inquérito sobre a poluição no Tejo estão em segredo de justiça.
Em nota divulgada na sexta-feira, a IGAMAOT referia que recebeu uma notificação do Departamento de Investigação e Ação Penal de Castelo Branco sobre o inquérito por crime de poluição no rio Tejo, na qual se lia que "todos os elementos já coligidos, bem como todos os demais elementos juntos e a obter, relativos à investigação no âmbito do processo de inquérito (...) se encontram sujeitos a segredo de justiça".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou, no dia 27 de janeiro, que o Ministério Público instaurou um inquérito a empresas de Vila Velha de Ródão, na sequência de uma participação de crime de poluição apresentada pelo Ministério do Ambiente.
A abertura do inquérito surgiu na sequência dos recentes fenómenos de poluição detetados em 24 de janeiro, junto à queda de água do açude insuflável de Abrantes.
No dia 31 de janeiro, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, revelou que a carga poluente que afetou o rio Tejo na zona de Abrantes, teve origem nas descargas da indústria da pasta de papel.
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