Promovido pela Ordem dos Farmacêuticos, Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, o “Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar” foi feito com base em questionários que foram respondidos em outubro por metade das unidades do SNS.

Os preços “excessivamente baixos dos medicamentos genéricos” são a causa mais importante identificada pelos hospitais para as ruturas de fornecimento. Estas ruturas são muitas vezes resolvidas com recurso à importação do medicamento.

Os dados do estudo mostram que 39,1% dos hospitais têm ruturas no fornecimento de medicamentos de uso hospitalar todos os dias, 30,4% dizem que ocorre semanalmente e outros 30% que as ruturas são mensais.

As ruturas no fornecimento de medicamentos de uso hospitalar são consideradas pela totalidade dos hospitais como um “problema grave”. Para 26% dos inquiridos é um problema grave que afeta todos os medicamentos, para 30% afeta essencialmente os fármacos que têm genéricos e para 44% é grave, mas apenas nalguns medicamentos.

A larga maioria dos hospitais portugueses considera também que o processo de compra de medicamentos nunca é desencadeado atempadamente, apontando a carga administrativa e a falta de recursos humanos como principais problemas.  78% das unidades consideram que o processo de aquisição de todos os medicamentos “nunca é desencadeado atempadamente”, apontando a “carga administrativa” como a principal barreira de acesso a todos os medicamentos.

A “ineficiência dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS)” e a falta de autorizações financeiros são outros dos fatores identificados como barreiras, apesar de terem menor peso do que a carga administrativa dos processos. A “falta de eficácia” dos SPMS é ainda apontada por 48% dos hospitais como sendo uma condição objetiva das mais relevantes que “restringe a aquisição de medicamentos”.