O autarca fez à agência Lusa um balanço dos incêndios que afetaram o município. Foram dois, em zonas distintas do concelho, mas que chegaram perto das aldeias em simultâneo obrigando a uma dispersão dos meios e provocando maiores dificuldades no combate às chamas.
“A primeira consequência foram os mais de quinze mil hectares de área ardida, de mato e pinhal. Temos vários prejuízos significativos a nível de vacarias e armazéns”, salientou Alberto Machado.
O autarca disse que os técnicos do município já estão a fazer um levantamento dos estragos provocados pelos fogos.
O incêndio que começou em Telões na segunda-feira, chegou a estar dado como extinto, mas reacendeu na tarde de terça-feira. Também na terça-feira, um outro fogo que começou em Alvadia, Ribeira de Pena, lavrou em direção a Vila Pouca de Aguiar, pela zona da serra do Alvão.
O autarca referiu que as chamas cercaram várias aldeias, mas apesar de terem ardido algumas casas devolutas e armazéns, os bombeiros e população conseguiram evitar fossem atingidas casas habitadas. Foi, no entanto, necessário retirar algumas pessoas de algumas aldeias por uma questão de precaução.
As povoações de Pinduradouro, Viduedo, Torgo, Gouvães da Serra, Santa Marta do Alvão, Carrazedo do Alvão, Souto e Outeiro foram as mais fustigadas com as chamas.
Durante a noite o fogo que começou em Ribeira de Pena foi dominado, mantendo-se ativo o de Telões, que mobiliza ainda 153 homens e 43 viaturas. O combate a este fogo foi reforçado com uma equipa proveniente do Sul do país.
“Ao final da manhã ainda temos pontos a arder, mas a situação está mais controlada”, afirmou Alberto Machado.
Mais para Norte do distrito de Vila Real, as atenções estão também concentradas no concelho de Boticas, onde um fogo lavra desde segunda-feira e está a ser combatido por 278 operacionais e 88 viaturas.
Durante a noite foram sendo dominadas as diferentes frentes do fogo e, neste momento, há uma frente que se encontra num sítio de acessos difíceis e é aqui eu estão a ser concentrados os meios.
Para este local, estão a ser empenhadas máquinas de rastos e pessoal apeado.
Por causa do fumo intenso os meios aéreos não podem operar em Boticas.
O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, disse hoje à agência Lusa que o incêndio destruiu metade da mancha florestal do concelho, deixando cerca de dois mil hectares queimados e um cenário desolador.
Este fogo que deflagrou na zona de Codessoso, no concelho de Boticas, lavra desde as 16:17 de segunda-feira, já queimou uma vasta área de pinhal e obrigou à retirada das pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos, da aldeia de Torneiros.
“Arderam cerca de dois mil hectares, 90% da área é pinhal. Muito, muito prejuízo, é desolador olhar para o meu concelho agora”, afirmou Fernando Queiroga.
O presidente referiu ainda que “50% da mancha florestal do município desapareceu nas últimas 24 horas”.
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