A partir de hoje, os funcionários das alfândegas norte-americanas irão recolher taxas adicionais sobre um conjunto de 279 produtos chineses que, no ano passado, representaram 16 mil milhões de dólares (13.800 milhões de euros) nas importações dos Estados Unidos do país asiático.
Os principais produtos penalizados são bens industriais, incluindo tratores, tubos de plástico ou instrumentos de medição.
Como medida de retaliação, a China promete retaliar com taxas semelhantes aos produtos oriundos dos EUA, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis.
Washington acusa ainda a China de “táticas predatórias”, que visam o desenvolvimento do seu setor tecnológico, nomeadamente forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia, em troca de acesso ao mercado chinês.
A China fabrica 90% dos telemóveis e 80% dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro.
Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8%, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12%.
Em julho passado, Trump impôs já taxas adicionais de 25% sobre um conjunto de produtos chineses que, no ano passado, representaram 29 mil milhões de euros nas importações norte-americanas.
A primeira ronda de taxas afetou, sobretudo, os setores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, indicando que Washington quer travar Pequim de competir, no futuro, naqueles setores de alto valor agregado.
Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos EUA, afetando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump.
O líder norte-americano já avisou que caso Pequim rejeite ceder às exigências norte-americanas e continue a retaliar, irá punir ainda mais produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares.
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