As autoridades confirmaram hoje que vão leiloar 10.000 toneladas de carne de porco, parte essencial da cozinha chinesa.

A República Popular da China celebra, no dia 01 de outubro, 70 anos desde a sua fundação, com uma parada militar em Pequim e várias atividades por todo o país.

O preço da carne de porco subiu quase 50% em agosto passado, em termos homólogos, devido a um surto devastador da peste suína africana, que resultou no abate de mais de um milhão de porcos, segundo dados oficiais.

O aumento dos preços tem um significado político amargo para o Partido Comunista, que aponta a melhoria dos padrões de vida nas últimas décadas como fonte de legitimidade do seu poder indisputado.

A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo.

O Governo mantém reservas de porcos vivos e congelados para garantir o fornecimento, mas os detalhes sobre esta reserva são segredo de Estado.

Analistas consideram, no entanto, que a reserva é provavelmente muito pequena para compensar os efeitos da peste suína.

Em janeiro passado, o Governo libertou 9.600 toneladas para o mercado.

Especialistas preveem que a China importará mais de dois milhões de toneladas de carne de porco este ano.

A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis. A atual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do leste e Rússia, antes de chegar à China, em agosto passado.

Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar a todas as províncias do país.

As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país.

As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15.000 porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.

Os responsáveis do setor estimam que o valor das vendas duplique, para 200 milhões de euros, no próximo ano.

O acontecimento, visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, irá, no entanto, ter efeitos inflacionários também em Portugal.