A última oportunidade para uma coligação entre o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista antissistema) e o Partido Democrata (PD, centro-esquerda) “dissipou-se” e, ao fim de cinco rondas, “não emergiu nenhuma perspetiva de uma maioria governamental”, lê-se no comunicado do Presidente, na semana passada.
Estas formações políticas serão recebidas no palácio presidencial a partir das 10:00 locais (08:00 de Lisboa), antes dos pequenos partidos e dos presidentes do parlamento, ao fim da tarde.
Depois das eleições de 04 de março, a coligação de direita, formada pela Liga (nacionalista), Forza Italia (centro-direita) e Fratelli d’Italia (extrema-direita) e que obteve 37% dos votos, ainda não conseguiu formar Governo.
De forma a evitar um governo técnico, o líder da coligação Liga propôs na sexta-feira uma parceria com o Movimento 5 Estrelas, até dezembro, com o objetivo de aprovar o orçamento de Estado para 2019 e uma nova reforma eleitoral.
Contudo, o Movimento 5 Estrelas (M5S), que obteve 32,6% dos votos, recusa-se a negociar o apoio a um Governo de que faça parte a Forza Italia, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, seu adversário histórico.
No domingo, em declarações à estação de televisão italiana Rai, Luigi Di Maio, líder do M5S, afirmou que abdica de ser primeiro-ministro de Itália e propôs a Matteo Salvini, líder da Liga, que juntos escolham um candidato a primeiro-ministro, com o objetivo de evitar a paralisação do Governo e a nomeação de um governo técnico.
“Se o obstáculo é Luigi Di Maio como primeiro-ministro, então vamos escolher um primeiro-ministro em conjunto”, afirmou.
De acordo com os observadores, Mattarella deverá pedir aos partidos que formem um governo transitório que terá como principal objetivo fazer aprovar a nova lei eleitoral.
Tanto a Liga como o M5S rejeitam categoricamente qualquer ideia de um Governo transitório.
“Esse Governo não terá votos suficientes”, advertiu domingo Di Maio, afirmando que, se assim for, o seu partido está pronto para voltar às urnas em “Junho ou Julho”.
Mario Monti, primeiro-ministro italiano entre 2011 e 2013, é o nome mais provável para chefiar o executivo nomeado pelo Presidente italiano, de acordo com os observadores.
O Presidente “não tem margem de manobra”, afirmou Lina Palmerini, especialista em política do jornal italiano Il Sole 24 Ore.
“Se o parlamento rejeitar o Governo do Presidente, a situação será muito difícil”, observou.
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