“A Mesa Nacional não estará mais dividida, mas sim com uma representação mais plural”, disse à Lusa a bloquista Ana Sofia Ligeiro, eleita pela moção E, promovida pelos críticos do Movimento Convergência.

Eleitos com visões e opiniões diferentes proporcionam intervenções “bastante mais diversas”, vincou, afirmando esperar que haja "capacidade de fazer algum debate para que as resoluções políticas consigam refletir a densidade de pensamento político que acontece dentro do BE”.

Falando em representantes de vários setores, nomeadamente ambiental, sindical e florestal, Ana Sofia Ligeiro destacou a eleição de Mário Tomé, antigo deputado da UDP, uma das forças políticas que deu origem ao Bloco de Esquerda, e eleito pela mesma moção.

A presença de Mário Tomé trará à Mesa Nacional “o espírito de Abril” e uma capacidade de análise “crítica e destilada”, salientou.

Realçando, igualmente, a faceta plural do BE, o historiador Miguel Cardina, eleito pela moção A, da líder Catarina Martins, estreia-se neste órgão máximo com a missão de contribuir para o debate interno do partido.

Sublinhando a importância da Mesa Nacional na afirmação e definição política da intervenção do BE, o “estreante” Miguel Cardina ressalvou que este continuará a ser um espaço de debate, embora “necessariamente diferente”.

A função do partido é proporcionar o debate para dar uma melhor resposta ao país, entendeu.

“O BE tem essa particularidade de ser um espaço plural e, na Mesa Nacional, estará representada essa diversidade de opiniões”, considerou.

Outros dos "novos rostos" é a ativista e estudante Andreia Galvão, igualmente eleita pela moção A, que recusou falar em divisões, mas sim num “forte consenso político”.

Esta militante defendeu que mais pontos de vista e perspetivas originam “maior debate e confronto” e, consequentemente, respostas “mais fortes e plurais”.

O objetivo é criar novas culturas políticas que “prezem e primem pelo respeito mútuo, cooperação, fraternidade" e que consigam "ter uma visão plural de diálogo com toda a sociedade”, acentuou.

A lista da atual direção conseguiu 54 dos 80 lugares da Mesa Nacional do BE, uma perda de 16 mandatos em relação a 2018, enquanto a moção E elegeu 17 lugares, sendo Catarina Martins reconduzida como coordenadora do partido.

Os delegados à XII Convenção Nacional puderam votar em quatro listas para a Mesa Nacional, o dobro da última reunião magna de 2018.

A liderança de Catarina Martins apresentou uma lista de continuidade e sem grandes alterações e elegeu, nas votações em urna que encerraram esta manhã, no último dia da Convenção Nacional, 54 mandatos para a Mesa Nacional, com 224 votos.

Catarina Martins foi reconduzida como coordenadora nacional do BE, uma vez que lidera a lista mais votada à Mesa Nacional, o órgão máximo entre convenções.

A moção E, promovida pelos críticos do movimento Convergência – já constituído depois da última reunião magna -, conseguiu 68 votos, alcançando 17 mandatos a este órgão máximo entre convenções.

Os restantes lugares da Mesa Nacional foram distribuídos da seguinte forma: a moção C com quatro lugares e a N com cinco.