A Coreia do Norte deu a Washington até ao final de 2019 para a apresentação de uma nova oferta de acordo.

Kim Kye Gwan, um conselheiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, acusou os Estados Unidos de jogar contra o relógio “pretendendo alegar que têm feito progressos”.

Horas antes, o Presidente dos Estados Unidos declarou numa mensagem endereçada ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, publicada no Twitter, que a Coreia “deve agir rapidamente e concluir um acordo”, acrescentando um “até breve!”.

A mensagem no Twitter de Donald Trump é um sinal de apelo a uma nova cimeira, disse Kye Gwan, num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

“Não estamos interessados nesse tipo de discussão que não nos traga nada”, alertou o conselheiro coreano.

“Não daremos ao Presidente norte-americano nada para que se possa gabar”, declarou, acrescentando que Pyongyang deve ser recompensada pelos “sucessos” que Trump apresenta como suas próprias realizações.

Os dois líderes políticos encontraram-se três vezes desde junho de 2018.

Entretanto, as negociações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte bloquearam desde o fracasso da cimeira em Hanói entre Trump e Kim, em fevereiro.

Os dois países não se entendem em relação ao desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte em troca do levantamento das sanções económicas internacionais.

Outras negociações bilaterais, realizadas no início de outubro na Suécia, ao nível diplomático, também terminaram num impasse.

As críticas ao Presidente norte-americano são uma novidade para Pyongyang, que há muito manifesta a sua insatisfação com outros membros do Governo dos EUA.

Nos últimos meses, Kim Kye Gwan elogiou Donald Trump, saudando-o como um homem “diferente dos seus antecessores” e elogiando a sua “decisão corajosa” de conversar com a Coreia do Norte.

Mas à medida que o prazo de Pyongyang se aproxima, os norte-coreanos fizeram uma série de declarações duras enquanto faziam testes de mísseis.

A mensagem no Twitter de Donald Trump veio após Washington e a Coreia do Sul adiarem as suas manobras aéreas conjuntas.

Uma decisão tomada para promover o diálogo com a Coreia do Norte, que considera esses exercícios como a preparação para uma futura invasão de seu território.