Na terça-feira, dia em que exercício arrancou, Kim visitou o posto de comando de treino do Estado-Maior acompanhado pelo marechal Pak Jong-chon, membro do Politburo, e pelo general Kang Sun-nam, ministro da Defesa, informou a agência de notícias estatal norte-coreana, KCNA.

As manobras destinam-se a “lidar com a atual situação em que os EUA e os gangsters militares da ‘República da Coreia’ [nome oficial da Coreia do Sul] realizaram exercícios conjuntos em grande escala extremamente provocadores e perigosos, simulando uma guerra total contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do Norte]”.

Pyongyang avisou na semana passada, quando Seul e Washington lançaram os exercícios conjuntos de grande escala Ulchi Freedom Shield (UFS), que a realização destas manobras podia eventualmente conduzir a uma “guerra termonuclear”.

Kim “familiarizou-se com o plano do exercício, que visa ocupar todo o território da metade sul [da península], repelindo a súbita invasão armada do inimigo e avançando para um contra-ataque total”. O líder norte-coreano afirmou que as insistentes manobras conjuntas dos aliados “constituem uma verdadeira revelação do plano para invadir a RPDC”, acrescentou a KCNA.

O exercício simulou “ataques simultâneos contra os principais centros de comando militar, portos militares, bases aéreas operacionais e outros importantes alvos militares inimigos e centros nevrálgicos, cuja destruição pode levar ao caos sociopolítico e económico”, indicou.

O anúncio norte-coreano surge depois de Pyongyang ter lançado dois mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) para o mar do Japão na quarta-feira, e horas depois de Washington ter mobilizado um bombardeiro estratégico B-1 para participar no UFS, que será concluído durante o dia.

Após o fracasso das conversações de desnuclearização entre Washington e Pyongyang em 2019, a península voltou a ser palco de uma escalada militar persistente, com o regime de Kim Jong-un a testar repetidamente mísseis e os aliados a realizarem grandes exercícios de guerra e a destacarem regularmente meios estratégicos norte-americanos.