Tendência de abrandamento em alguns concelhos com incidência elevada

  • Após ter efetuado a leitura dos números do último boletim epidemiológico das autoridades da Saúde, a Diretora-Geral da Saúde frisou que a "tendência epidémica crescente" é atualmente "menos acentuada do que em períodos anteriores".
  • A diretora-geral da Saúde disse hoje que a região Norte continua a ser mais afetada pela covid-19, ao registar 1.332 casos por 100.000 habitantes, mas destacou a tendência de abrandamento em alguns concelhos com incidência elevada. "Há assimetrias concelhias e assimetrias regionais. A região Norte, com 1.332 casos por 100.000 habitantes, continua a ser a mais afetada, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo com 500 casos por 100.000 mil habitantes", disse Graça Freitas.
  • A taxa de letalidade global é de 1,5% e taxa de letalidade geral acima dos 70 anos é 9,6%.
  • Graça Freitas precisou que os grupos etários com maior incidência cumulativa são entre os 20 e os 49 anos, existindo ainda um registo elevado em pessoas com mais de 80 anos.

Mensagens para "moldar o vírus"

  • Graça Freitas deixou depois "três mensagens" aos portugueses. "A primeira, é que o vírus tem moldado as nossas vidas últimos meses. Está na hora de seremos nós a moldar a dinâmico do vírus. A segunda, é que o meu núcleo familiar é constituído pelas pessoas com quem eu resido. Ou seja, esta é a minha bolha. Ao conviver com a presença de outros familiares meus de outros núcleos ou com amigos aumento a probalidade de contágio. Vamos fazer escolhas, está na nossas mãos decidir com que nos encontramos presencialmente", começou por afirmar.
  • "Há alternativas ao convívio físico. Recorrendo a todas as possibilidades que a tecnologia nos permite conviver, socializar e partilhar à distância. A terceira e última mensagem, é para as pessoas que tendo em ficar isolamento no seu domicílio partilham a habitação com outras pessoas que dentro do possível tem de ser protegidas", disse, recomendando para não que a pessoa em isolamento não receba visitas, lave as mãos, cumpra as etiquetas respiratórias, veja a temperatura corporal e outros sintomas da doença, e, caso seja possível, se isole numa divisão de uso exclusivo.
  • A diretora-geral da Saúde lembrou ainda as regras que devem ser seguidas pelas pessoas que ficam em casa confinadas por estarem infetadas ou por terem estado em contacto com alguém que tenha testado positivo.

Plano de vacinação contra a covid em Portugal

  • Questionada sobre um possível plano de vacinação da covid-19 em Portugal, Graça Freitas salientou que não há apenas uma única (possível) vacina, mas que ainda assim estas diferem entre si, pois têm indicações diferentes. Além disso, não foram ainda aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento — que admitiu hoje que poderá aprovar as primeiras vacinas até ao final do ano. No entanto, para o caso concreto português, há um plano que está a ser desenvolvido e pensado ao longo dos últimos meses.
  •  "O que está a ser feito é o acompanhamento, há muitos meses, desta situação ao nível europeu. Portugal está nos mecanismos europeus para adquirir vacinas. Há pelo menos quatro contratos celebrados com quatro empresas — e duas estão em vias de entrar nesta pool de possíveis fornecedores de vacinas — e o Infarmed acompanha todo o desenvolvimento de novas vacinas", disse.
  • Porém, deu conta de que existem algumas incertezas que impossibilitam de avançar com pontos mais concretos como por exemplo os grupos de risco. "Temos alguns graus de incerteza, nomeadamente quem vai ser elegível, quantas doses vão ser necessárias, quanto tempo vai durar a imunidade, e se se aplica apenas à pessoa vacinada ou que também protege outros da infeção", contou ainda. Todavia, Graça Freitas quis transmitir "tranquilidade" aos portugueses, frisando que Portugal tem "instituições robustas" a avaliar a evolução das vacinas.
  • Graça Freitas afirmou que também a Direção-Geral da Saúde e outras instituições do Ministério da Saúde “estão desde a primeira hora a ver esta evolução e a estudar aquilo que vai saindo”.
  • A mesma responsável frisou que está a ser pensada toda a logística, nomeadamente transporte, rede de frio e de administração, planos de comunicação e informação, dependendo de onde vier.
  • "A vacina há de chegar de alguma forma e de acordo com as características da vacina haverá um ponto de chegada e pontos de distribuição secundários, ou seja, como para todas as outras vacinas e de acordo com um plano pré-estabelecido, as vacinas são enviadas para as farmácias de locais descentralizados do país", disse.
  • Graça Freitas assegurou ainda que as questões do transporte das vacinas, armazenamento e distribuição estão a ser equacionadas.

O Natal 

  • "Nós em Portugal já estamos a projetar o que se pode fazer no Natal". Mas primeiro será necessário esperar para ver aquilo que as medidas tomadas atualmente em vigor vão trazer, ou seja, esperar para ver o impacto na incidência de novos casos.
  • "Há bocadinho dei uma boa notícia — [quando disse] que concelhos que já estiveram bastante pior, com incidências muito elevadas há algumas semanas, estão a mostrar uma tendência de abrandamento. A epidemia está a crescer, não podemos relaxar nas nossas medidas, mas temos que ter em atenção que o seu nível de crescimento já foi também mais acentuado no passado", salientou Graça Freitas, concluído que espera que no Natal, "quando lá chegarmos", seja possível abrandar de alguma forma as medidas que temos agora. "Sem que esse abrandamento signifique qualquer relaxamento", frisou.

Quarenta mil testes rápidos realizados em 15 dias

  • Graça Freitas fez um balanço ao número de testes de diagnóstico feitos desde o início da pandemia de covid-19, destacando que tem vindo a aumentar.
  • Segundo a diretora-geral da Saúde, foram realizados, até à data, cerca de 4,3 milhões de testes por PCR (zaragatoa) e cerca de 40 mil teste de antigénio, sendo a proporção de positividade de 15,9%.

População residente em lares vai ser rastreada com testes rápidos

  • Graça Freitas explicou, na conferência regular sobre a covid-19, que o objetivo é "começar a utilizar testes rápidos e a rastrear sequencialmente uma população altamente vulnerável, que é aquela que reside nos lares".
  • Segundo a diretora-geral da Saúde, a disseminação no mercado destes testes pode "ajudar muito a utilizar medidas", quer sejam para investigar surtos em escolas, em lares, assim como "noutros contextos, para detetar pessoas doentes, quer ainda no contexto de rastreios de populações específicas ou de concelhos específicos".
  • "Portanto, a saúde e a Segurança Social vão unir esforços para que esta população tão vulnerável seja enfim rastreada de forma sequencial para identificar mais precocemente casos", salientou Graça Freitas.

Congresso do PCP "em análise"

  • Relativamente ao Congresso Nacional do Partido Comunista Português, a realizar em Loures, distrito de Lisboa, de 27 a 29 de novembro, Graça Freitas deu conta de que "a Direção-Geral da Saúde tomou conhecimento da documentação e do que foi pedido através das redes das autoridades da saúde" e que a proposta está neste momento "em análise".

Comportamento dos portugueses ao fim de semana

  • Questionada sobre o aglomerado de pessoas que se tem verificado nas manhãs dos últimos fins de semana, a diretora da DGS sublinha que, de maneira geral, os "portugueses têm cumprido as regras" para que a "epidemia não seja ainda mais descontrolada". Trata-se de uma atitude "muito positiva na nossa sociedade".

DGS está analisar orientação para uso de máscara nas prisões

  • A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que está a trabalhar em "estreita colaboração" com a Direção-Geral dos Serviços Prisionais sobre a utilização de máscaras nas prisões, mas lembrou que a regra geral é o seu uso em ambientes fechados.
  • Segundo as últimas indicações e a "evidência que existe" é que se deve aplicar a “estes contextos as mesmas regras que se aplicam em outros contextos”, disse Graça Freitas na conferência regular de atualização dos números da covid-19 em Portugal.
  • A máscara deve ser sempre utilizada em ambiente fechado, exceto se for num ambiente de "bolha" como acontece em casa com o agregado familiar.
  • Também deve ser utilizada sempre em ambiente aberto quando não se consegue cumprir o distanciamento físico necessário, explicou Graça Freitas.
  • "De qualquer maneira, ainda está a ser trabalhada esta orientação" e "poderão existir, enfim, adaptações ao meio específico, que é meio prisional", adiantou.

Portugal tem hoje 508 surtos de covid-19 ativos

  • Portugal tem hoje 508 surtos de covid-19 ativos, dos quais 182 em estruturas residenciais para idosos, avançou hoje a diretora-geral da Saúde.
  • Graça Freitas ressalvou, durante a conferência de imprensa de atualização de informação relativa à pandemia de covid-19, que pode haver subnotificação relativamente à região Norte, mas também às outras regiões devido à existência de muitos casos.
  • "Ao dia de hoje são considerados ativos em Portugal continental 508 surtos, destes 182 são em estruturas residenciais para idosos, sendo que cinco deles são em unidades de cuidados continuados", disse Graça Freitas.
  • Nos estabelecimentos de ensino, público e privado, desde as creches, ao ensino superior, estão identificados 94 surtos ativos, com 814 casos confirmados, disse, Graça Freitas, sublinhando que nestes números não estão contabilizados os casos isolados que possam aparecer numa escola vindos da comunidade, sejam de adultos ou crianças.
  • Segundo a diretora-geral da Saúde, há ainda 37 surtos ativos em instituições de saúde, com 397 casos confirmados.
  • Relativamente aos estabelecimentos prisionais, Graça Freitas avançou, citando fontes do Ministério da Justiça que foram sinalizados 435 casos confirmados de infeção com o vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19.

Notícia atualizada às 18h33