“Só seis é que sabemos que são positivos”, disse à agência Lusa Judite Catarino, indicando que vão ser testados mais 30 moradores.
Corrigindo a informação anterior, em que dava conta de 40 pessoas que testaram positivo à covid-19 no bairro social da Quinta da Mina, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS), esclareceu que, “no bairro e naquele prédio, moram 40 pessoas, mas infetadas são só nove”, número que também não corresponde com os dados da delegada de saúde local.
Em declarações à Lusa, o autarca de Azambuja explicou que se trata de “uma família grande de 40 pessoas”, referindo que, a partir das 15:00 de hoje, a autoridade de saúde vai iniciar os testes aos outros 31 que faltam testar.
Entre os casos de pessoas infetadas pela covid-19 estava uma grávida, que se encontra internada no hospital porque o parto foi realizado na madrugada de hoje, informou Luís de Sousa, acrescentando que, agora, é preciso saber se o bebé está infetado.
Quanto à possibilidade de se implementar um cordão sanitário, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja disse que a medida está em ‘stand-by’, no âmbito das reuniões que tem mantido, nomeadamente com o diretor da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco.
Para quarta-feira está agendada uma nova reunião entre o presidente da Câmara de Azambuja, o diretor da ARS de Lisboa e Vale do Tejo e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que está a coordenar a situação da pandemia da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.
“Vamos fazer uma análise, depois destes testes hoje serem feitos, de como é que vamos dar o passo seguinte”, afirmou autarca de Azambuja.
Em cima da mesa da reunião vai ainda estar a intenção do município de fazer “testes a todos os moradores do bairro, não só neste bloco”, para que “toda a gente fique descansada”, expôs Luís de Sousa, informando que o bairro social da Quinta da Mina tem cerca de 140 moradores.
Sobre a contradição dos dados de casos positivos pela covid-19, o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, explicou que, para estarem identificados pelas autoridades de saúde, “é preciso que os laboratórios que fazem as análises e os médicos que veem as pessoas indiquem”.
“É assim que a gente confirma, a gente não sabe antes do presidente da câmara, não sabe antes das pessoas, quer dizer sabemos quando nos notificam”, frisou Mário Durval.
Quanto ao cordão sanitário neste bairro de Azambuja, o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo reiterou que a implementação desta barreira implica “ajuizar a quê, em que espaço e quando”, sublinhando que “não é como quem receita um comprimido, tem de se analisar as situações”
“Mas é evidente que, face ao modelo de infeção e à forma como está a disseminação, o que isolamos são as pessoas”, defendeu o responsável de saúde, considerando que “não há necessidade” de implementar um cordão sanitário.
Sobre a situação na Área Metropolitana de Lisboa (AML), onde se tem registado um aumento de novos casos de infeção, o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo sustentou que, “pela forma como as coisas evoluem e pela forma como a disseminação é feita, enquanto as pessoas forem identificadas e for possível isoladas, um cerco sanitário a uma área implica isolar doentes, não doentes, pessoas com vida ativa e pessoas sem vida ativa, e isso não é uma decisão previsível, não faz sentido”.
“Não é um cenário previsível”, perspetivou Mário Durval.
Portugal contabiliza pelo menos 1.436 mortos associados à covid-19 em 32.895 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.
Relativamente a segunda-feira, há mais 12 mortos (+0,8%) e mais 195 casos de infeção (+0,6%).
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