“Era uma saída já expetável tendo em conta o agravamento da situação em Portugal e o aumento de número de casos. De qualquer forma, é uma péssima notícia, mais uma para o turismo português, muito em particular para o Algarve, o primeiro destino escolhido pelo mercado britânico, mas também para o Porto e Norte”, afirmou hoje Luís Pedro Martins.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) disse ainda que, apesar do mercado britânico não ser um dos “principais mercados” da região, estava a crescer, tendo aumentado 11% de 2018 para 2019.
“Não tivemos a sorte de beneficiar dos britânicos naquele que é o mês que habitualmente preferem para visitar o Porto e o Norte”, salientou Luís Pedro Martins, referindo-se ao mês de setembro.
O presidente do Turismo Porto e Norte considerou ainda que a entrada de Portugal continental na lista de países obrigados a quarentena no Reino Unido, é “mais uma dificuldade” num ano “trágico” para o setor do turismo.
O Governo britânico retirou Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido, foi hoje anunciado.
“Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias”, escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.
De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04:00 de sábado em Inglaterra.
A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista de “corredores internacionais” a partir de 05 de setembro, enquanto que o País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.
Grant Shapps acrescentou que a Suécia vai passar a estar isenta de quarentena.
Portugal só foi incluído na lista dos países com “corredores de viagem” com o Reino Unido há três semanas, a 20 de agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o nível de 20 casos por 100 mil habitantes.
Na altura, Shapps alegou que não excluiu Portugal devido à “taxa de positividade” em declínio.
Portugal contabiliza pelo menos 1.852 mortos associados à covid-19 em 62.126 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.
A situação epidemiológica de covid-19 em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.
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