“Num momento em que Portugal está em estado de emergência por força da necessidade de contenção e mitigação da pandemia do vírus da covid-19, a FESAP apela ao Governo e também às autarquias que multipliquem os esforços no sentido de fornecerem a todos os trabalhadores da Administração Pública as melhores condições de trabalho e os melhores equipamentos, no sentido de que possam continuar a executar as suas funções nas mais elevadas condições de segurança sanitária”, defendeu a federação num comunicado.
A FESAP lembrou os riscos que correm os trabalhadores que nos hospitais asseguram os necessários cuidados de saúde à população e que “estão na linha da frente do combate à covid-19”.
Para a estrutura sindical, filiada na UGT, tem igualmente de ser assegurada a máxima proteção dos trabalhadores de outros setores essenciais, como os das forças de segurança, da proteção civil, dos bombeiros, da administração local, da segurança social ou da autoridade tributária e aduaneira, que têm de continuar a trabalhar para que o país não entre em colapso económico e social.
O secretário-geral da FESAP, José Abraão, disse à agência Lusa que estão particularmente preocupados com “a inaceitável forma como muitas entidades estão a encarar este grave surto, não adotando todas as medidas necessárias para a diminuição do risco de contágio por todos os trabalhadores que continuam ao serviço, sem ser em teletrabalho”.
O sindicalista afirmou que a federação e os seus sindicatos recebem diariamente denúncias de que não está a ser fornecido a esses trabalhadores “o imprescindível equipamento de proteção individual”.
José Abraão deu ainda como “mau exemplo” o transporte de trabalhadores, que continua a fazer-se em veículos lotados, sem respeito pelo distanciamento social que tem de ser observado, um problema que afeta particularmente trabalhadores destacados para a execução de obras municipais, para serviços de água e saneamento e para a recolha e transporte de resíduos.
“Não se entende por que motivo se tem de transportar todos os trabalhadores numa só viagem, quando se poderia fazê-lo em duas, três ou as que forem necessárias para diminuir ao máximo o risco dos trabalhadores e, por consequência, da restante população, pelo que se apela às câmaras e empresas municipais, às juntas de freguesia e às empresas concessionárias de serviços públicos de âmbito local que rapidamente resolvam estas situações”, acrescentou.
Também hoje, dia para o qual os funcionários públicos tinham uma greve marcada, que foi desconvocada face à propagação da covid-19, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, da CGTP, salientou “o papel decisivo e crucial dos trabalhadores da Administração Pública no combate à pandemia”.
“Os serviços públicos são fundamentais nesta luta, em todas as frentes, desde a saúde à higiene urbana, energia, poder local, segurança social, forças de segurança, entre tantos outros setores, demonstrando bem a importância da garantia das funções sociais do Estado e do reforço dos direitos dos trabalhadores”, declarou a Frente Comum num comunicado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de vítimas mortais da covid-19 para seis e o número de casos confirmados 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
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