“As decisões de introduzir ou remover países da lista vermelha são uma resposta direta aos dados científicos e médicos mais recentes que mostram um risco agravado para a saúde pública do Reino Unido e transmissão para a comunidade”, disse à agência Lusa um porta-voz do Ministério.
“Tal como acontece com todas as nossas medidas relativas ao coronavírus, mantemos a lista vermelha sob avaliação constante e a nossa prioridade continua a ser proteger a saúde do público do Reino Unido”, acrescentou.
O jornal Daily Telegraph noticiou hoje que Portugal vai ser retirado da “lista vermelha”, devendo o anúncio oficial ser feito pelo ministro dos Transportes, Grant Shapps, na segunda-feira.
A notícia, também avançada pelos jornais Daily Mail e Independent, acontece dias depois de o Governo português anunciar o plano de desconfinamento no país, com a reabertura, já na segunda-feira, de creches, ensino pré-escolar, escolas do 1.º ciclo de ensino, comércio ao postigo e estabelecimentos de estética, como cabeleireiros.
Haverá novas fases de reabertura em 05 e 19 de abril e em 03 de maio, mas as medidas podem ser revistas sempre que Portugal ultrapassar os "120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias" ou que o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 ultrapasse 1.
Na sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGA) registou 15 mortes relacionadas com a covid-19, o número mais baixo desde 20 de outubro, e 577 novos casos de infeção com o novo coronavírus.
Portugal é o único país europeu entre 33 países maioritariamente africanos e sul-americanos cujas viagens foram proibidas, exceto para nacionais ou residentes, para reduzir o risco de importação de variantes do coronavírus mais infecciosas e resistentes às vacinas, como as descobertas no Brasil e África do Sul.
Os viajantes dos países da chamada “lista vermelha”, que incluem também o Brasil, Angola, Cabo Verde e Moçambique, são obrigados a cumprir quarentena de 10 dias num hotel designado pelas autoridades e pagar o custo de 1.750 libras (2.030 euros).
A medida foi introduzida em 15 de fevereiro, mas o Reino Unido já tinha suspendido os voos diretos de Portugal em 15 de janeiro, medida que o Portugal reproduziu em 23 de janeiro.
Uma petição ao parlamento britânico para convencer o Governo britânico a retirar Portugal da lista reuniu mais de 24 mil assinaturas numa semana, tendo ultrapassado a barreira das 10 mil que implica uma resposta do executivo.
A inclusão de Portugal na lista de países sujeitos a quarentena em hotéis foi considerada “discriminatória” pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que falou por telefone com o homólogo britânico, Dominic Raab, no início do mês.
O Governo britânico começou a aliviar o confinamento em Inglaterra na segunda-feira, com a reabertura das escolas, mas disse que pretende continuar a proibir as viagens não essenciais para o estrangeiro, nomeadamente para férias, até 17 de maio.
Até 12 de abril, o ministro dos Transportes está a liderar um grupo de trabalho para produzir um estudo com recomendações para o restabelecimento do seguro de viagens internacionais, incluindo a eventual introdução de certificados de vacinação.
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, disse à BBC, no inicio deste mês, que Portugal espera poder abrir as fronteiras e o turismo aos britânicos em maio.
Segundo a responsável, "vai acontecer em breve, dentro de uns dois meses, talvez em maio, início de maio”, acrescentou, garantindo que pretende ter "tudo pronto para permitir aos britânicos visitarem o país”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.640.635 mortos no mundo, resultantes de mais de 119 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.650 pessoas dos 813.152 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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