Ao longo deste mês, a capacidade de internamento para doentes covid-19 tem vindo a aumentar nos hospitais de Torres Vedras e Caldas da Rainha e hoje atinge 142 camas, com 135 doentes internados, estando sete camas por ocupar.
"O número de camas não será mais do que este", advertiu a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, tendo em conta as limitações dos dois hospitais.
Na terça-feira, havia 134 doentes internados (91 em Torres Vedras e 43 nas Caldas da Rainha), mas 15 aguardavam nas urgências por vagas no internamento.
O aumento da área de internamento para doentes covid-19 nos dois hospitais só tem sido possível porque "há menos doentes não covid do que noutros períodos", disse Elsa Baião.
"A maioria são camas cirúrgicas e, como não há cirurgias, os doentes ocupam menos camas", explicou.
Apesar de aumentar a capacidade de internamento para a covid-19, apenas cerca de 10 doentes com outras doenças tiveram de ser transferidos dos hospitais da região para outros hospitais privados ou para estruturas de retaguarda, como os hospitais militares, acionados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
À falta de espaço, soma-se a falta de profissionais de saúde que, segundo a responsável, é muito superior aos quatro médicos e 10 enfermeiros requisitados pela Câmara de Torres Vedras, no pedido de ajuda internacional que fez na terça-feira.
Segundo a responsável, dos 1.715 trabalhadores do CHO, 134 (8%) estão ausentes, 91 dos quais por se encontrarem infetados pelo novo coronavírus, 34 por terem tido contactos de risco com casos positivos e os restantes por outros motivos.
"Desde o início da pandemia, conseguimos contratar muitos enfermeiros e auxiliares, mas nesta fase as necessidades são acrescidas", adiantou, sublinhando que há profissionais a fazerem "horas e turnos extraordinários" para conseguirem dar resposta.
Ainda assim, afirmou que o CHO "não está em rutura".
Uma vez que as consultas e as cirurgias programadas estão suspensas, também os profissionais afetos a esses serviços têm sido "deslocados e as equipas ajustadas de acordo com as necessidades", justificou.
Questionada sobre a necessidade de criar hospitais de campanha na região, Elsa Baião considerou que "as estruturas de retaguarda não respondem às necessidades, porque são precisas camas para doentes agudos, que não estão estáveis", muitos dos quais são idosos oriundos de lares com surtos ativos e com outras patologias associadas.
Nas urgências de Torres Vedras e Caldas da Rainha, apesar de "muito sobrecarregadas, a situação está controlada e não se verifica tempos de espera relevantes", estando a aceitar doentes transportados de ambulância, acrescentou.
O CHO apelou para que os cidadãos se dirijam de preferência aos centros de saúde da região de modo a que os hospitais respondam apenas a casos de doença aguda.
Devido à falta de profissionais de saúde, o CHO ainda não conseguiu abrir uma enfermaria para doentes não covid no hospital de Peniche.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra. Estes concelhos dividem-se entre os distritos de Lisboa e Leiria.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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