Itália
O relatório semanal de especialistas italianos indica que a incidência cumulativa continua elevada, apesar da redução da velocidade de transmissão.
Com aqueles números, o total de óbitos no país desde o início da pandemia, em fevereiro, subiu para 53.677 e o total de infeções para 1.538.217.
A melhoria da situação nos hospitais e o achatamento da curva foi também confirmado.
O número de pacientes internados diminui para 33.684, assim como as pessoas atualmente positivas, que reduziu em quase 8.000, e as internadas em Unidades de Cuidados Intensivos, atualmente 3.782, menos 64 nas últimas 24 horas.
O Instituto Superior de Saúde (ISS), no seu relatório de monitorização semanal, assinalou que “a velocidade de transmissão da epidemia em Itália está a desacelerar e alcançou níveis de transmissão Rt próximos a 1 em múltiplas regiões”.
O índice Rt da última semana é de 1.08 em médio, e entre 1 a 1,25 na maioria das regiões. Em quatro delas, caiu para menos de 1.
Além disso, pela primeira vez em várias semanas, a incidência calculada durante os últimos 14 dias diminuiu a nível nacional.
Atualmente são 706,27 casos por cada 100.000 habitantes, contra os 732,6 da semana anterior, uma melhoria que, no entanto, continua a apresentar um valor “muito alto”.
“Estes dados são animadores e indicam o impacto das medidas de mitigação implementadas nas últimas semanas”, afirmam os especialistas.
No entanto, “a incidência ainda é muito elevada para permitir uma gestão sustentável, pelo que será necessário atingir níveis de transmissibilidade significativamente inferiores a 1, permitindo uma diminuição rápida do número de novos casos e uma redução da pressão nos serviços de saúde e hospitalares”.
Das 20 regiões italianas, 10 delas estão em “alto risco de uma epidemia descontrolada e incontrolável”, enquanto o resto apresenta risco moderado, incluindo sete com alta probabilidade de progredir para alto risco nas próximas semanas.
O ministro da Saúde, Roberto Speranza, deve decidir as mudanças nas classificações das regiões em risco.
Lombardia e Piemonte, no norte, esperam sair da “zona vermelha”, a de maior risco e com confinamento quase total.
“Graças ao sacrifício dos lombardos, os dados epidemiológicos têm melhorado, agora estamos na zona laranja e poderemos reabrir os estabelecimentos comerciais. Aguardamos a decisão do governo em breve”, escreveu na rede social Twitter o presidente da região da Lombardia, Attilio Fontana.
O mesmo espera Alberto Cirio, de Piemonte, indicando que o “Rt da região hoje é de 0,9”.
“Quando entrámos na zona vermelha era de 2,16, o que significa que os sacrifícios resultaram”, acrescentou.
“Vemos a zona laranja como uma medida que compensa os esforços feitos, mas precisamente para que não falhem, temos previstas medidas regionais, que vou adotar com uma portaria, por exemplo em centros comerciais, onde vamos decretar medidas muito rígidas para evitar multidões”, relatou.
O Governo italiano está a preparar o novo decreto que vai entrar em vigor no dia 04 de dezembro, com o qual irá manter a proibição de sair da região, recolher obrigatório e o encerramento de escolas em zonas de alto risco.
De acordo com a imprensa italiana de hoje, o Governo não vai autorizar demasiadas aberturas por receio de uma terceira vaga que seria devastadora para os sistemas de saúde já submetidos a duros testes.
Relativamente à reabertura de restaurantes e restaurantes, não estão previstas alterações, cujo encerramento está previsto para as 18:00 locais.
O que parece definitivo agora é que as estações de esqui não vão abrir durante todo o mês de dezembro.
Espanha
A Espanha registou hoje 10.853 novos casos de covid-19, elevando para 1.628.208 o total de infetados no país desde o início da pandemia, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.
As autoridades sanitárias também contabilizaram mais 294 mortes, desde quinta-feira, atribuídas à covid-19, passando o total de óbitos para 44.668.
O nível de incidência acumulada (pessoas contagiadas) em Espanha continua a descer, sendo hoje de 307 casos diagnosticados (menos 18 do que no dia anterior) por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, sendo as regiões com os níveis mais elevados a de Castela e Leão (501), Astúrias (495) e País Basco (579).
Deram entrada nos hospitais com a doença nas últimas 24 horas 1.367 pessoas, das quais 213 na Catalunha, 210 na Andaluzia e 182 em Madrid.
Em todo o país há 14.819 pessoas hospitalizadas com a covid-19, o que corresponde a 11,95% das camas, das quais 2.777 pacientes em unidades de cuidados intensivos, o que corresponde a 28,44% das camas desse serviço, números que estão a decrescer há várias semanas.
O Governo espanhol dividiu a população em 15 grupos para ser vacinada contra a covid-19 em três fases até ao verão de 2021, começando em janeiro com residentes e o pessoal sanitário e auxiliar dos lares para a terceira idade.
O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, explicou hoje que o primeiro grupo, o único que está definido e abrange cerca de 2,5 milhões de pessoas, inclui os residentes e o pessoal de saúde dos lares e centros com pessoas dependentes, que serão os primeiros a serem vacinados quando chegarem as primeiras doses da vacina, a partir de janeiro de 2021.
Os grupos da primeira fase serão vacinados entre janeiro e princípios de março, os da segunda (que ainda não está totalmente identificado) serão imunizados entre março e princípios de junho, e na terceira fase estão os grupos que serão imunizados durante os meses de verão.
Reino Unido
O Reino Unido registou 521 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, mais 123 do que na véspera, e 16.022 novos casos de contágio da doença covid-19, segundo o Ministério da Saúde.
Na quinta-feira as autoridades tinham contabilizado 498 mortes, uma descida de 200 relativamente às 696 de quarta-feira.
A média diária dos últimos dias é atualmente de 467 mortes e 16.725 infeções.
Desde o início da pandemia de covid-19, o Reino Unido contabilizou oficialmente 57.551 mortes de covid-19 e 1.589.301 casos positivos.
Segundo a atualização publicada hoje pelo governo, o índice de transmissibilidade efetivo (Rt) no país desceu entre 0,9 e 1, a primeira vez que está abaixo do valor (um) considerado pelos especialistas como indicador de que a pandemia está em crescimento exponencial.
Ainda assim, a Irlanda do Norte inicia hoje um novo confinamento temporário de duas semanas, o que vai implicar o encerramento de comércio não essencial, incluindo bars e restaurantes, mas as escolas vão continuar abertas.
A chefe do governo autónomo, Arlene Foster, argumentou que as medidas são necessárias para que todos possam ter um Natal “o mais seguro e feliz possível".
Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales negociaram na semana passada com o governo britânico uma “trégua” para o período de Natal, quando será permitida a reunião de até três agregados familiares dentro de casa entre 23 e 27 de dezembro, independente do nível de restrições.
Até lá, mantêm-se restrições em todas as regiões do Reino Unido, incluindo em Inglaterra, onde um confinamento de quatro semanas será substituído na quarta-feira por um sistema de três níveis de restrições de acordo com a situação local.
No nível mais alto, nomeadamente Birmingham e Manchester, bares e restaurantes só podem vender para fora e espaços de lazer, como cinemas, devem permanecer fechados.
Londres, com mais de 8 milhões de habitantes, está no segundo nível, onde a maioria das lojas e restaurantes podem abrir com restrições, mas só é autorizado ao ar livre o convívio entre de diferentes agregados até um máximo de seis pessoas.
Vários deputados do Partido Conservador contestaram o mapa publicado pelo governo, exigindo provas para a classificação com medidas mais apertadas, e ameaçam votar contra numa votação no parlamento na terça-feira.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,4 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 4.276 em Portugal.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (57.551 mortos, mais de 1,5 milhões de casos), seguindo-se Itália (53.677 mortos, mais de 1,5 milhões de casos), França (50.957 mortos, quase 2,2 milhões de casos) e Espanha (44.668 mortos, mais de 1,6 milhões de casos).
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