“Nestes últimos tempos, e a pretexto da epidemia e de uma falsa invocação de saúde pública, assistimos a novas manobras das forças de direita e reacionárias, com a tentativa de impor uma situação de limitação permanente à atividade política e à ação sindical, adiar as eleições, alterar as leis eleitorais e rever a própria Constituição”, afirmou o líder comunista na sessão "O PCP e o 25 de Abril”, no Porto.

Jerónimo de Sousa afirmou que os recentes ataques promovidos pelos tradicionais partidos de direita, com o PSD à cabeça, a que se juntam as pretensões de novos partidos seus sucedâneos, mostram que se renovam os velhos desígnios de subversão dos valores de Abril.

Uma retoma da ofensiva que preparam “a coberto das sempre inevitáveis e necessárias” reformas estruturais, sejam as ditas e reditas reformas do Estado, do sistema eleitoral, da Justiça e da Segurança Social, como foi recentemente anunciando, referiu.

Nesta ofensiva, segundo Jerónimo, as "forças da subversão constitucional não só utilizam todos os pretextos para justificar a sua necessidade, como preparam o terreno para retirar legitimidade à luta que se opõe a tal objetivo".

“Por isso, os vemos a insinuar a partir dos seus centros de produção política e ideológica que o PCP, porque se opôs às suas revisões constitucionais, deixou de ter legitimidade para exigir a aplicação e o cumprimento da Constituição”, salientou o secretário-geral comunista.

Jerónimo de Sousa considerou que afirmar os valores democráticos de Abril, o seu papel progressista e transformador e lutar por políticas conformes com os seus valores é essencial para travar o passo aos projetos de subversão constitucional e ao avanço das “forças protagonistas do retrocesso económico e empobrecimento do país”.

Valores que o PCP assume no seu projeto e que estão traduzidos num programa político concreto, sublinhou.

“Um programa para responder aos novos problemas de uma realidade que mudou e não para repetir literalmente a experiência passada, mas um programa para, inequivocamente, retomar o caminho de uma revolução inacabada e libertar o país do domínio do capital monopolista e da submissão ao estrangeiro, nomeadamente às imposições da União Europeia e do euro”, concluiu.