Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alerta para as consequências nefastas na resposta dos serviços de urgência hospitalares, visto que a Linha SNS24 está a “encaminhar utentes sem qualquer critério clínico e/ou sem sintomas ou sintomas ligeiros apenas e só porque essa é a única resposta para a realização de testes ao novo coronavírus”.
Segundo a mesma entidade, existem casos em que os utentes se deslocam por iniciativa própria com o mesmo objetivo.
“O recurso aos serviços de urgência para fazer teste é uma situação inadmissível, que pode colocar em causa a resposta aos casos emergentes e urgentes, e, também, a colocar pessoas saudáveis num contexto de maior risco”, afirma o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, citado na nota de imprensa deste organismo.
Carlos Cortes acrescenta que a ida à urgência sem indicação médica é a prova de que o Ministério da Saúde não tem qualquer plano de resposta para fazer face à necessidade de testagem da população.
“Contribuir para o aumento do número de pessoas nos serviços de urgência hospitalar, a pretexto de fazer um teste, é a demonstração cabal de que ninguém organizou e planeou a resposta à testagem”, sublinha.
“O recurso indevido às urgências é inconcebível”, conclui o presidente da SRCOM, incentivando a tutela a uma revisão dos critérios de referenciação da Linha SNS24.
A pandemia de covid-19 provocou em Portugal, 18.937 mortos e foram contabilizados 1.358.817 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
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