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O conceito de Vibe Thinking surge como uma evolução natural da tendência conhecida como VibeCoding, mas vai além da programação. Enquanto o VibeCoding se centra em escrever código através de instruções intuitivas, o Vibe Thinking aplica essa lógica ao pensamento e à resolução de problemas com inteligência artificial (IA).
Dar “vibe” às tarefas tornou-se, na verdade, uma gíria popular nos círculos tecnológicos para designar uma coisa “assistida por IA”. Esta tendência começou com o vibe coding (que já falámos aqui) e agora assume uma nova dimensão: em vez de comandos técnicos ou prompts detalhados, esta abordagem privilegia intenção, contexto e criatividade. A comunicação com a IA passa a basear-se em sensações e objetivos, e não em listas rígidas de instruções.
Esta ideia começou a ganhar destaque depois de uma startup chamada Halo ter anunciado o lançamento de uns óculos inteligentes que gravam e transcrevem todas as suas conversas, utilizando essa informação para fornecer insights potenciados por inteligência artificial.
Segundo a empresa, os óculos vão lembrar-se de detalhes esquecidos e recordar uma coisa que alguém disse que gostava, fornecendo factos pesquisados em tempo real e respondendo a perguntas para as quais não sabemos a resposta — tudo para que qualquer pessoa possa parecer um génio. Além disso, este conceito pode ser uma ferramenta promissora para criar soluções de apoio ao envelhecimento e a doenças como a demência.
“O nosso objetivo é criar uns óculos que o tornem superinteligente no momento em que os coloca”, afirmou AnhPhu Nguyen, cofundador da Halo, ao TechCrunch.
O outro fundador, Caine Ardayfio, apelidou os “Halo X” como “o primeiro passo real em direção ao vibe thinking”.
Sim, vibe thinking.
Este conceito emergente surge num momento em que os sistemas generativos estão cada vez mais sofisticados, capazes de compreender linguagem natural, emoção e contexto. Tendências como no-code, co-criação com IA e assistentes autónomos abriram espaço para uma interação mais fluida e intuitiva.
Segundo relatórios de tendências em tecnologia, esta abordagem é especialmente relevante para startups e equipas criativas, que precisam de rapidez, flexibilidade e de “testes” constantes.
Como funciona?
O Vibe Thinking baseia-se numa interação intuitiva e colaborativa com a inteligência artificial, assente em intenção e contexto, em vez de comandos técnicos
. Em vez de dar instruções detalhadas, o utilizador comunica o resultado conceptual ou emocional que pretende alcançar, o chamado “vibe”. A IA interpreta essa intenção e gera propostas que refletem o tom desejado, ajustando-as com base no feedback fornecido, como “mais minimalista” ou “com mais energia”, como por exemplo:
- Tradicional: “Cria uma imagem com fundo azul, tipografia serif, e um ícone de nuvem.”
- Vibe Thinking: “Quero algo com um ar clean, futurista e que transmita confiança.”
Este processo passa a ser mais iterativo e adaptativo, permitindo a co-criação contínua sem barreiras técnicas, com aplicações em áreas como o design, marketing, programação e desenvolvimento estratégico.
O Vibe Thinking pode marcar o início de uma era em que a tecnologia deixa de ser apenas uma ferramenta e passa a funcionar como uma extensão do pensamento humano. Se hoje a IA já nos ajuda a parecer mais inteligentes, como será a nossa vida com um um novo cérebro?
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