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Foi para responder a esta pergunta que chegámos à Multilem, uma empresa portuguesa com quase 40 anos de história que tem estado por trás de muitos dos stands que marcaram presença no evento.

“Vivemos de transformar ideias em espaços, e fazer acontecer mesmo quando o caminho ainda não existe”, resume Catarina Pedreira, responsável regional de marketing.

A Multilem nasceu nos anos 80, quando Portugal preparava uma grande feira para assinalar a visita oficial dos Príncipes de Gales.

“Era preciso criar os espaços dessa exposição e foi aí que surgiu a oportunidade: pegar num desafio novo, usar sistemas inovadores de construção modular e provar que era possível criar algo com qualidade, rapidez e engenho”, recorda Catarina.

Desde então, a empresa 100% portuguesa e sediada na Azambuja tem crescido dentro e fora de Portugal, mantendo o ADN criativo e a ambição de quem começou “a fazer diferente”.

O papel na Web Summit

Este ano, a Multilem foi responsável por cinco stands que se destacaram pela criatividade e pelo impacto visual:

  • stand da Startup Portugal & Lisbon Unicorn Factory apresentou o “The Square of the Future” que foi descrito como “um espaço sustentável que celebra a Lisboa inovadora, criativa e humana”.
  • A VTEX trouxe um ambiente dinâmico e colaborativo dedicado ao futuro do digital commerce, com zonas como o Silence Auditorium, o Podcast Studio e uma Giveaway Machine “que deram vida ao conceito da marca”.
  • A Apex Brasil, “criámos o já icónico Brazil Pavilion”, um ponto de encontro vibrante de pitch sessions, debates e networking internacional, onde a energia e o ecossistema tecnológico brasileiro se destacaram.
  • O German Park voltou a marcar presença com um espaço imersivo que combina cultura, tecnologia e colaboração, “refletindo o espírito inovador da Alemanha”.
  • stand de Sérvia posicionou o país como um hub de criatividade e ambição tecnológica, num ambiente futuro e direto ao ponto:  “In the race for tomorrow, Serbia offers a shortcut.”

Como se constrói um stand que marca a diferença?

“Um stand destaca-se quando é simples, intencional e verdadeiramente orientado para as pessoas”, explica Catarina Pedreira.

Segundo a responsável, há dois pilares fundamentais:

  • Estratégia/Insight – qual é a mensagem, o objetivo e o que queremos que as pessoas levem consigo;
  • Experiência – as sensações e emoções que queremos provocar em quem visita o espaço.

“Não basta ser bonito ou tecnológico, tem de facilitar conversas, criar aproximação e transformar o espaço numa experiência que funciona. Mesmo na feira mais tecnológica do mundo, são as interações humanas que validam a experiência. Um stand que recebe bem, orienta o visitante e cria pontos de contacto naturais torna-se inevitavelmente mais eficaz e memorável.”

E num evento com tanta informação, o segredo está na simplicidade: quem “grita mais” não é necessariamente quem comunica melhor.

Tendências e novas linguagens

Um stand comunica eficazmente quando alinha mensagem clara, design intencional e experiência fluida.

“Tudo começa com a nossa abordagem 360º, onde entendemos a fundo os objetivos da marca e o porquê da sua presença no evento. Só assim conseguimos ‘entrar na cabeça’ da marca e definir caminhos, estratégias e formas de comunicar que realmente garantam os resultados pretendidos”, sublinha Catarina.

A aposta passa por luz, som e movimento, criando ambientes multissensoriais e personalizáveis. Mas há uma tendência clara: o regresso ao essencial.

Stands mais limpos, com menos ruído visual e mais intenção funcionam muito melhor do que estruturas saturadas de informação. A sustentabilidade também deixou de ser tendência para ser norma, através da utilização de materiais reutilizáveis e soluções que combinam eficiência com impacto visual moderno.”

E a partilha continua essencial mas não só nas redes sociais. Um stand vai ser tão bom quanto for falado ao jantar, por exemplo.

“Não basta ser ‘instagramável’, tem de gerar conversa. Detalhes inteligentes, interações inesperadas ou gestos simples transformam um stand numa experiência que vale a pena visitar e recordar”, explica Catarina Pedreira.

Desafios e bastidores

“Atualmente, na nossa indústria, um stand é muito mais do que uma estrutura bonita é um ecossistema vivo onde acontecem ativações de marca, workshops, pitch sessions, reuniões estratégicas, demonstrações de produto e networking.”

O desafio passa por desenhar espaços flexíveis e funcionais, capazes de acolher múltiplos momentos sem perder a identidade da marca. Isso implica decisões sobre materiais, fluxos, iluminação, acústica e integração tecnológica. Depois vêm as dificuldades práticas: adaptar conceitos globais a contextos locais, gerir orçamentos e cumprir prazos.

Construir vários stands em simultâneo, como acontece quando têm cinco stands na mesma feira, exige coordenação milimétrica e grande capacidade de resposta. Mas há episódios que ficam para sempre:

“A Web Summit dá sempre histórias, mas há uma que ficou clássica. Depois de um dia longo de montagens, alguém decidiu guardar um manequim no carro do nosso diretor-geral… sem avisar. Quando ele abriu a porta e deu de caras com uma figura em tamanho real no banco de trás, o susto foi épico e a risada geral durou dias. Desde então, o ‘passageiro extra’ tornou-se quase tradição nos bastidores da Multilem.”, recorda Catarina.

Comunicar marcas em feiras internacionais

A Multilem considera que investimento neste tipo de eventos tem aumentado no Brasil e nos Estados Unidos, “onde as experiências imersivas e os grandes eventos corporativos ganham escala”. Na Europa, Portugal, Espanha e Reino Unido continuam fortes. No Médio Oriente, especialmente no Dubai e na Arábia Saudita, “o crescimento é impressionante”. E na China, o “dinamismo é constante e desafiante”.

A tendência é clara: os países que apostam em inovação e internacionalização estão a investir mais em experiências de marca relevantes, e é aí que a Multilem continua a crescer.

A Multilem realiza cerca de 400 projetos por ano em todo o mundo. Entre os mais tecnológicos, destacam-se o SBC Summit (Rio de Janeiro e Lisboa), Mobile World Congress (Barcelona), VivaTech (Paris), Google Cloud Lisboa (produção 100% Multilem) e, claro, a Web Summit.

A empresa também está presente na WTM London, ITB Berlin, Arabian Travel Market Dubai, Gulfood, Summer Fancy Food New York, Paris Air Show, Dubai Airshow e em vários projetos ligados à Expo 2025 Osaka.

“Quase 40 anos depois, crescemos muito, mudámos de escala e de geografia, mas mantivemos exatamente essa essência: o atrevimento criativo de quem começou porque alguém acreditou que podia fazer melhor, e fez”, conclui Catarina Pedreira.

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