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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta sexta-feira, 21 de novembro, que a Ucrânia enfrenta um dilema decisivo: ou perde o seu principal aliado, os Estados Unidos, ou perde a sua dignidade. Num discurso firme, garantiu que não trairá os interesses nacionais, mesmo perante fortes pressões externas.

O Washington Post revelou que o secretário do Exército dos EUA, Daniel Driscoll, entregou a Zelensky uma versão do plano de paz de 28 pontos elaborado pelo enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, em coordenação com o representante russo Kirill Dmitriev.

O documento, já amplamente divulgado na comunicação social e confirmado por várias fontes oficiais, contém várias linhas vermelhas para Kiev, nomeadamente uma redução drástica do tamanho das Forças Armadas e a cedência de territórios a Moscovo que a Rússia não conquistou militarmente.

Perante estas pressões, Zelensky avisou que a Ucrânia não aceitará qualquer proposta que comprometa a soberania nacional, revela a BBC. “Não vamos trair os nossos interesses”, assegurou.

Enquanto isso, Moscovo tenta desvalorizar o impacto do plano. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia ainda não recebeu oficialmente qualquer documento de Washington, embora admita conhecer alguns elementos através de fugas para a imprensa. Garantiu, no entanto, que Moscovo permanece “totalmente aberta a negociações de paz”.

Estas movimentações surgem numa fase delicada: a Rússia reivindica pequenos ganhos territoriais no leste da Ucrânia, e Zelensky lida, internamente, com uma crise de corrupção envolvendo altos quadros do Estado num esquema de 100 milhões de dólares.

No discurso ao país, gravado no exterior do palácio presidencial, o presidente ucraniano afirmou que Kiev irá apresentar “alternativas” ao plano norte-americano. “Apresentarei argumentos, persuadirei, proporei alternativas”, prometeu, recordando a forma como liderou o país desde a invasão russa em fevereiro de 2022: “Não traímos a Ucrânia então, não o faremos agora.”

Num tom particularmente grave, Zelensky admitiu que “hoje é um dos momentos mais difíceis da nossa história”, alertando que a Ucrânia poderá ser forçada a escolher entre “perder a dignidade ou arriscar perder o seu principal parceiro”.

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