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“Imaginem um jogo de futebol: os adeptos estão nas bancadas, a apoiar a equipa, a festejar um golo, a reclamar com o árbitro ou a vibrar por um penálti, nós mapeamos esse ‘engueijo emocional’ ao longo do jogo, em tempo real”, explica Bruno Fernandes, fundador e CEO da empresa. É assim que justifica a presença da PluggableAI entre as startups destacadas e apoiadas pela MEO.
Sediada em Braga, a empresa nasceu de um projeto de investigação na Escola de Engenharia da Universidade do Minho. “Vimos que havia muito potencial de negócio”, recorda Bruno Fernandes. E o potencial parece estar a confirmar-se: momentos antes de nos receber, o empreendedor conversava com representantes do Atlético de Madrid, que pareceram interessados nesta solução.
Do estádio ao festival: captar emoções com IA
A missão da PluggableAI pode soar abstrata, mas traduz-se numa ideia simples: ajudar clubes, marcas, meios de comunicação e promotores de eventos a ligarem-se ao seu público em tempo real, através de inteligência artificial (IA) e sensores não intrusivos.
“Usamos sensores de aparelhos como smartbands, smartwatches e smartphones — acelerómetros, giroscópios, sensores de luminosidade, temperatura ou proximidade. Depois, os nossos modelos de IA procuram padrões de comportamento consoante o tipo de evento”, explica o fundador.
Esses padrões permitem detetar, por exemplo, momentos de maior energia, como danças, saltos, palmas ou movimentos sincronizados com a música ou com o jogo. “Imagina um festival de música: o público está a dançar, a saltar, a vibrar com o concerto. É isso que medimos, o engajamento emocional”, acrescenta.
“Fan of the Match” e a gamificação da emoção
A tecnologia da PluggableAI alimenta produtos como o Fan of the Match, uma plataforma que combina reconhecimento emocional com dados de audiência em tempo real. O objetivo é transformar a energia dos fãs em experiências e recompensas gamificadas, como acesso ao backstage, encontros com artistas ou prémios exclusivos.
“No futebol, que é o nosso core principal, os clubes têm um potencial enorme de sponsorship através dos naming rights”, explica Bruno Fernandes. “Um clube pode vender o patrocínio do seu ‘Fan of the Match’ a uma marca, e isso gera receita adicional.”
O modelo é facilmente adaptável a outros desportos ou a grandes eventos culturais, como festivais de música. “Trabalhámos com o Rock in Rio, o NOS Alive e a Noite Branca de Braga”, conta o CEO. “Faz sentido em contextos onde as pessoas estão felizes, emocionalmente ligadas ao clube ou ao artista.”
A presença na Web Summit
A presença na Web Summit 2025 não tinha como objetivo imediato fechar contratos. “Não viemos aqui para fazer negócios. O nosso foco é estabelecer parcerias e recolher feedback. Tivemos uma conversa muito interessante com o Diretor de Inovação do Atlético de Madrid, é esse tipo de contacto que nos ajuda a evoluir.”
Ainda assim, os planos de expansão são claros. “Temos um grande foco nos Estados Unidos. É um mercado de fan engagement muito mais aberto do que o europeu, por isso é para lá que queremos ir”, revela Bruno Fernandes.
Próximos passos…
Além do desporto e do entretenimento, a startup quer levar a sua tecnologia a novos setores, nomeadamente à educação. “Temos um projeto que deverá arrancar no início do próximo ano: usar smartbands para perceber como os estudantes reagem em diferentes disciplinas (matemática, educação física, etc.) e qual o impacto emocional que essas aulas têm no envolvimentos dos alunos.”
Quanto ao financiamento, a empresa está estável, mas pensa já na próxima ronda. “Não é uma urgência imediata. Talvez em 18 a 24 meses precisemos de uma nova ronda, e será certamente com um investidor estrangeiro, provavelmente americano”, adianta Bruno Fernandes.
Para já, o foco está em continuar a crescer e a provar que a emoção pode, afinal, ser medida e transformada em valor.
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