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Bruno Mendes, pneumologista e especialista em sono, não tem um a resposta fechado. "Depende", afirma ao 24notícias, embora uma boa noite de sono após dias cansativos possa trazer algum alívio imediato, não repõe totalmente os efeitos da privação de sono.
Ao contrário do que muitos pensam, o sono não funciona como uma conta bancária onde se possa depositar horas extras para compensar os levantamentos feitos durante a semana. O médico explica que o corpo e cérebro precisam de ritmos regulares de sono para manter a qualidade e quantidade. A continuidade noite após noite garante o bom funcionamento de inúmeros processos fisiológicos e mentais.A privação de sono mesmo que parcial, afeta não só a qualidade de vida como aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
O sono é importante para a recuperação e regulação do corpo. É durante o sono, segundo o pneumologista, que se consolidam memórias, regulam-se hormonas, fortalece-se o sistema imunitário e reorganizam-se as funções metabólicas. "Dormir bem melhora a concentração, regula o humor, reduz o risco de doenças cardiovasculares (como o enfarte ou AVC), a diabetes e doenças mentais. Portanto, além do benefício na prevenção de doenças, o sono é fundamental para o desempenho físico e cognitivo."
A privação de sono afeta diretamente a memória, atenção e capacidade de tomar decisões. "O cérebro fica mais “lento” e mais suscetível a erros. Estima-se que após 18 horas acordado a capacidade de reação e atenção é semelhante à que teríamos com 0,5 gramas de álcool no sangue.", afirma Bruno Mendes. E complementa, "a falta de sono aumenta a irritabilidade, reduz a tolerância ao stress e, a longo prazo, pode contribuir para doenças neurológicas, psiquiátricas e cardiovasculares."
Muitas condições clínicas podem prejudicar a qualidade do sono, "entre as mais conhecidas estão a insónia (muito presente nos adolescentes) e a apneia do sono (o típico doente que ressona e adormece no sofá durante o dia). Outras doenças do sono são por exemplo as síndromes das pernas inquietas (comum nas grávidas), o bruxismo (ranger de dentes) e distúrbios do ritmo circadiano (alterações do horário de dormir)."
Acrescenta ainda que existem doenças que não sendo “do sono” vão influenciar a qualidade do tempo passado na cama, como por exemplo a depressão, a ansiedade, o hipertiroidismo e a insuficiência cardíaca.
Para aproveitar uma boa noite de sono é necessário "criar rotinas de sono regulares, tentando ir para a cama sempre à mesma hora e de preferência antes das 23h00 para aproveitar o pico de produção de melatonina (a hormona do sono).", "não utilizar ecrãs na hora antes de dormir. Evitar principalmente telemóveis e todos os dispositivos que, além do estímulo luminoso, causem também uma hiperativação cerebral. Aproveitar essa hora para criar uma “rotina de relaxamento” como por exemplo ler um livro, tomar um banho morno ou fazer exercícios respiratórios.", aproveitar a luz solar na primeira metade do dia , assim como praticar exercício físico nesse período e deixar as atividades relaxantes para o final do dia e, por último, gerir a ansiedade e stress, recorrendo a técnicas como meditação ou a um psicólogo.
O pneumologista e especialista em sono deixa um último conselho "se nada resultar é importante procurar ajuda médica para uma avaliação complementar."
*Editado por Ana Maria Pimentel
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