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Jeffrey Epstein, o milionário condenado por crimes sexuais e cuja morte em 2019 gerou intensa controvérsia, mencionou o nome de Donald Trump várias vezes em e-mails privados trocados ao longo de 15 anos com a sua associada Ghislaine Maxwell e com o escritor Michael Wolff, segundo documentos divulgados esta quarta-feira pelos democratas da Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, revela a CNN.

De acordo com as mensagens, Epstein afirmava que Trump passou tempo com uma mulher identificada pelo comité como uma vítima de tráfico sexual e, noutra comunicação, garantia que o então empresário “sabia sobre as raparigas” , numa aparente referência à alegação de que Trump o teria afastado do clube Mar-a-Lago por “recrutar jovens mulheres” que ali trabalhavam. O nome da mulher referido nas mensagens foi omitido pelo comité parlamentar para proteger a sua identidade.

Os e-mails, obtidos após intimação ao espólio de Epstein, não foram enviados nem recebidos por Trump, e referem-se a um período anterior à sua presidência. O presidente norte-americano não é acusado de qualquer crime no âmbito do caso. A CNN refere ter contactado a Casa Branca e Michael Wolff para obter comentários.

Num e-mail de 2 de abril de 2011, revisto pela CNN, Epstein escreveu a Maxwell: “Quero que percebas que o cão que ainda não ladrou é o Trump… passou horas em minha casa com ele, e nunca foi mencionado. Chefe de polícia. Etc. Estou 75% lá.”

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O significado exato da mensagem não é claro. À época, Epstein tinha já cumprido 13 meses de prisão por solicitação de prostituição, incluindo de menores, após uma sentença de 18 meses que mais tarde seria alvo de forte crítica pública.

Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein, condenada em 2021 por tráfico sexual de menores, afirmou este ano, em entrevista ao procurador adjunto Todd Blanche, que “nunca presenciou o Presidente em qualquer situação imprópria” e que apenas os viu juntos “em contextos sociais”. “O Presidente foi sempre um cavalheiro em todos os aspetos”, declarou Maxwell.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

Os documentos incluem também e-mails trocados entre Epstein e Michael Wolff, autor conhecido por obras sobre a Casa Branca de Trump. Num deles, datado de janeiro de 2019, Epstein reagia à alegação de Trump de que o teria afastado do clube Mar-a-Lago: “Trump disse que me pediu para renunciar. Nunca fui membro. Claro que sabia das raparigas, pois pediu à Ghislaine que parasse.”

A Casa Branca tem mantido a versão de que Trump baniu Epstein do clube “por ser um tipo estranho”, e o próprio presidente afirmou que Epstein “roubava jovens funcionárias do spa”, justificando assim o fim da relação.

Noutro e-mail, datado de dezembro de 2015, Michael Wolff alertava Epstein de que a CNN podia questionar Trump sobre a ligação ao milionário durante um debate republicano. Epstein respondeu perguntando como o presidente deveria reagir. Wolff sugeriu deixá-lo “enredar-se pelas próprias palavras”, de forma a poder usar a situação como “moeda de troca política”.

A ligação entre Trump e Epstein tem sido alvo de escrutínio renovado em Washington, à medida que o Congresso pressiona o governo norte-americano a divulgar os ficheiros completos sobre o caso Epstein.

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