Antes de ser taxista, Firmino, como é mais conhecido, trabalhou no setor da restauração e, com apenas 13 anos, serviu o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, que esteve de férias na Madeira em janeiro de 1950.
À margem de uma sessão na Câmara Municipal do Funchal, onde foi hoje homenageado, contou que o chefe do bar onde trabalhava, na empresa Madeira Wine, ensinou-o a falar uma “coisinha de inglês”.
Sobre Churchill, Manuel Firmino recordou, entre risos: “eu não conhecia quem era esse velho com um chapéu grande”.
Uns anos mais tarde, em 1964, deu-se a mudança profissional. Firmino recebeu uma proposta para ir trabalhar como taxista para a Ponta do Pargo, uma localidade do concelho da Calheta situada na extremidade da costa oeste da ilha.
Mudou-se, depois, para o Funchal e ainda hoje mantém a profissão de taxista, que ao longo destes últimos 58 anos lhe proporcionou um conjunto de memórias e histórias de vida.
“O primeiro motorista de táxi que foi ao Paul do Mar fui eu”, disse, cheio de orgulho.
Sobre ser motorista de táxi nos dias de hoje, reconheceu que há menos trabalho, mas afirmou que exercer a profissão continua a valer a pena.
Ao fim de 58 anos de profissão, Manuel Firmino confessou que “queria ver se encostava o carro este ano”, embora tenha intenções de ainda renovar a carta de condução.
Não sabe quantificar a distância que já percorreu com o seu táxi, mas adiantou que o último carro que vendeu já tinha cerca de 400 mil quilómetros.
Relativamente à entrada dos TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica), o taxista foi perentório: “eu não gosto da Uber, a Uber só veio estragar”.
Manuel Firmino argumentou que os taxistas “cá estão todos identificados” e assegurou que andar de táxi dá mais segurança aos clientes.
Na cerimónia de homenagem ao taxista mais antigo do Funchal, o presidente da autarquia, Pedro Calado, defendeu que "pode haver muitas companhias na cidade a prestar um serviço semelhante, mas nenhum desses serviços será feito da mesma forma que um taxista faz”.
“O taxista tem de ter a sua licença, tem de ter a sua viatura em condições. Quando pedimos um serviço de um táxi estamos a pedir um serviço que está certificado, qualificado para aquela profissão. Não é tirado por telefone”, apontou.
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