Segundo um documento obtido pela CNN, a Administração dos Serviços Gerais informou a equipa de Joe Biden de que é o "vencedor aparente" das eleições presidenciais ocorridas a 3 de novembro, notícia que também é avançada pela agência Associated Press (AP).

A decisão terá sido tomada depois dos "mais recentes desenvolvimentos envolvendo disputas legais e certificações de resultados eleitorais" disse a administradora Emily Murphy, citada pela AP,   apesar de o republicano Donald Trump ainda estar a tentar reverter os resultados das eleições nos estados considerados de 'maior peso' no colégio eleitoral.

Apesar de não serem mencionados, tais desenvolvimentos estarão relacionados com a certificação da vitória de Biden no Michigan, assim como a rejeição de um processo judicial no Pensilvânia por parte da campanha de Donald Trump para impedir a ratificação dos resultados.

Esta decisão 'abre o caminho' para o democrata Joe Biden poder aceder às agências e fundos federais, de modo a poder começar a constituir formalmente a administração que vai governar o país durante os próximos quatro anos e cuja tomada de posse está agendada para 20 de janeiro.

A AP também explicita de que Donald Trump deu instruções à sua equipa para cooperar na transição de administrações, mas o ainda Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) promete continuar a lutar para reverter os resultados, que considera fraudulentos desde que foram conhecidas as primeiras projeções que apontavam para a vitória de Biden.

Trump, entretanto, já utilizou a rede social Twitter confirmar esta informação.

“No melhor interesse do nosso país, recomendei a Emily [Murphy, responsável da Administração dos Serviços Gerais dos EUA] e à sua equipa para fazerem o que tem de ser feito em relação aos protocolos inicias [de transição de administrações], e disse à minha equipa para fazer o mesmo”, escreveu.

Ainda assim, o ainda presidente dos EUA fez questão de realçar que vai manter a luta judicial para invalidar os resultados das eleições e que vai ser bem sucedido. Trump diz também que Murphy foi "assediada, ameaçada e abusada" e que não quer ver tal coisa a acontecer "a ela, à sua família ou aos funcionários da Administração dos Serviços Gerais".

Contudo, o ainda chefe de Estado norte-americano não admitiu a derrota nas presidenciais e considerou, no mesmo 'tweet' que o ainda há hipóteses de reverter os resultados eleitorais. “O nosso caso continua fortemente, vamos manter a boa luta e acredito que vamos prevalecer”, explicitou Donald Trump, adiantando também que Murphy foi "assediada, ameaçada e abusada" e que não quer ver tal coisa a acontecer "a ela, à sua família ou aos funcionários da Administração dos Serviços Gerais".

Colégio Eleitoral de Michigan certifica vitória de Biden naquele Estado

O Colégio Eleitoral de Michigan, um dos estados decisivos nas eleições presidenciais norte-americanas de 3 de novembro, certificou hoje a vitória do democrata Joe Biden naquele Estado, apesar das pressões de Donald Trump para atrasar este processo.

Após a análise do relatório executado por uma comissão, que demonstrou a vitória de Joe Biden naquele Estado por 154 mil votos, o Colégio Eleitoral, composto por dois democratas e dois republicanos, confirmou a vitória de Biden com três votos a favor e uma abstenção.

Na sexta-feira, o republicano Donald Trump tinha recebido juízes estaduais e líderes do Senado e da Câmara dos Representantes do Michigan na Casa Branca, pressionando-os para que não certificassem a vitória de Joe Biden naquele Estado, noticia a agência AFP.

Esta decisão é mais um revés nos esforços de Trump de utilizar meios não convencionais para mudar o rumo das eleições presidenciais.

Segundo a lei de Michigan, Biden reivindica todos os 16 votos eleitorais, após vencer por 2,8 pontos percentuais, uma margem maior do que em outros Estados onde Donald Trump também contesta os resultados, como Geórgia, Arizona, Wisconsin e Pensilvânia, noticia a agência AP.

Os esforços do republicano para evitar o reconhecimento da derrota eleitoral têm encontrado cada vez mais resistência nos tribunais e de outros republicanos, a apenas três semanas do Colégio Eleitoral se reunir para certificar a vitória de Biden.

Vencedor das eleições de 3 de novembro, Biden sucederá em janeiro do próximo ano a Donald Trump, que ainda não reconheceu o desaire.

Trump tem somado desaires nos tribunais num esforço para travar a transição de poder para o democrata.

*com Lusa