“Aqui em Aveiro, como noutros distritos, se o CDS não eleger o segundo deputado, quem o vai eleger é um dos partidos da esquerda e, por isso, é preciso concentrar votos para proteger a capacidade de ter mais um deputado do centro direita no parlamento em vez de termos um que vai contribuir para maiorias de esquerda radicalizadas”, disse Paulo Portas.
O democrata-cristão alertou para os efeitos nefastos das maiorias absolutas de um só partido, afirmando que estas “nunca terminam bem”, porque “os governos deixam de se esforçar e passam a abusar”.
O ex-líder dos centristas, que aceitou ser mandatário da candidatura do CDS às legislativas no distrito de Aveiro, falava após uma visita à empresa Simoldes, sem a presidente do partido, Assunção Cristas, que à mesma hora estava noutra ação de campanha em Vila Real.
“Estou fora da vida política, mas sempre disse que ajudaria o partido em tempos de campanha, porque acho que é essa a função de quem o dirigiu durante 16 anos e, portanto, sempre disse que seria amigo do partido nos momentos decisivos. Se as circunstâncias forem difíceis ainda mais necessário é esse gesto”, explicou.
Paulo Portas escusou-se, no entanto, a esclarecer se irá participar em outras ações de campanha.
“Para já ficamo-nos por aqui e o resto se verá com o tempo”, disse, recusando-se também a comentar o regresso de Manuel Monteiro ao CDS-PP.
O antigo dirigente referiu ainda que o facto de ter aceitado ser mandatário da candidatura dos centristas em Aveiro era um sinal de agradecimento ao povo do distrito.
“Fui eleito seis vezes deputado por Aveiro. Bati-me por estas terras e estas gentes e fui sempre muito bem recebido. Quando passei o testemunho há quatro anos, sempre achei que os deputados do CDS que foram eleitos, o João Almeida e o António Carlos Monteiro, saberiam honrar esse compromisso e fazer muito bom trabalho. Foi exatamente isso que aconteceu”, referiu.
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