Segundo os dados levantados pelo portal de notícias G1, com base em informações dos governos dos 26 estados e do Distrito Federal, em média haveria mais de uma morte por dia.

Os dados referem-se a mortes consideradas não naturais, o que inclui homicídios e suicídios.

O estado do Ceará (região nordeste) aparece na primeira posição do ranking com 50 mortes e parte delas ocorreu em apenas uma rebelião, no Centro de Privação Provisória de Liberdade (CPPL), em Itaitinga, cidade da região metropolitana de Fortaleza. Foram 14 assassínios em maio, na sequência de conflitos entre presos.

Houve uma crise com sucessivos casos pelo estado e a Força Nacional (uma força federal de segurança) teve de ser acionada.

O estado do Pernambuco (nordeste), com 43 mortes violentas, é o segundo colocado na lista, sendo seguido por Rio Grande do Norte (nordeste) com 31 mortes, Goiás com 26 (centro-oeste) e o Pará (norte) com 24.

Em São Paulo (sudeste), o estado mais populoso do Brasil, foram registadas 17 mortes violentas nas prisões, e no Rio de Janeiro (sudeste) houve nove mortes deste tipo.

O estado do Espírito Santo (sudeste) não registou mortes violentas nas cadeias.

O Amazonas (norte), onde 56 presos foram assassinados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), registou dez mortes em 2016, ou seja, menos de um quinto das mortes registadas no primeiro dia de 2017 em Manaus.

O número de mortos no complexo em 2017 também impressiona se for comparado ao total do país em todo o ano passado (14%). Foi o maior número de mortes desde o massacre do Carandiru, que provocou 111 mortos nesta cadeia da cidade de São Paulo em 1992.

Várias das mortes no ano passado foram motivadas por lutas entre fações criminosas.

No episódio desta semana no estado do Amazonas, a suspeita é que presos que integram a fação Família do Norte (FDN) tenham atacado membros do Primeiro Comando da Capital (PCC/de São Paulo), num novo episódio da guerra entre a fação paulista e o Comando Vermelho (CV/do Rio de Janeiro) pela disputa do controlo do tráfico de drogas nacional.

O Compaj, localizado na estrada que liga Manaus a Boa Vista, tem capacidade para 454 presos, mas abrigava 1.224 pessoas. A sobrelotação era de 170 por cento, sendo este também um dos grandes problemas do sistema prisional brasileiro.