Segundo uma investigação feita por duas organizações não-governamentais (ONG), uma alemã e outra britânica, e noticiada pelo Le Soir e a revista Knack, três empresas belgas sediadas em Antuérpia (55 quilómetros a norte de Bruxelas) venderam à Síria e ao Líbano dezenas de toneladas de produtos químicos interditos pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).
As três empresas em causa são uma grossista de produtos químicos, um escritório que trata de questões administrativas e uma de logística, que transportava os contentores.
De acordo com a investigação, estão em causa 24 exportações para a Síria e a Líbia, entre maio de 2014 e dezembro de 2016, incluindo 168 toneladas de isopropanol, 219 toneladas de acetona, 77 toneladas de metanol e 21 toneladas de diclorometano.
As substâncias em causa carecem, desde 2013, de autorização especial para serem exportadas e o isopropanol é um dos componentes do gás sarin, pelo que a ONG alemã Syrian Archive e a britânica Bellingcat questionam a quem se destinaram as exportações e para que fim.
As empresas em causa — que foram já alvo de uma queixa das autoridades alfandegárias junto da justiça belga — esclareceram à revista Knack que exportam as substâncias em causa há já dez anos e nunca foram informadas da interdição.
Os produtos em causa, esclareceram, foram vendidos a empresas privadas sírias e libanesas que não constam em nenhuma lista de suspeitos e produzem tintas, vernizes e líquidos de arrefecimento.
Por seu lado, o Serviço Federal de Finanças — que tutela as alfândegas — indicou não terem sido pedidas autorizações prévias pelas visadas.
As sanções da UE contra o regime sírio têm sido prorrogadas pelo Conselho e vigoram agora até 01 de junho de 2018.
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