Durante um encontro com jornalistas, o conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos falou de “um acordo de princípio entre os Estados Unidos, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a UE e outros parceiros do G20”.

O objetivo é “explorar um [projeto] de transporte marítimo e ferroviário que permitirá o fluxo de comércio, energia e dados daqui, na Índia, através do Médio Oriente e para a Europa”, explicou Jon Finer.

O projeto “tem um potencial enorme, mas não sei exatamente quanto tempo vai demorar”, acrescentou Finer, especificando que “é o resultado de meses de diplomacia cuidadosa (…) em quadros bilaterais e multilaterais”.

O Presidente norte-americano Joe Biden e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deverão anunciar o projeto como parte da Parceria para Infraestruturas e Investimentos Globais para países de baixo e médio rendimento, uma iniciativa lançada pelos EUA e pelo bloco G7.

Jon Finer defendeu que o projeto ajudaria a resolver a falta de infraestruturas necessárias para o crescimento nos países em desenvolvimento e ajudar a “reduzir a temperatura” da “turbulência e insegurança” no Médio Oriente.

“Vemos que isto tem um grande apelo para os países envolvidos, e também a nível global, porque é transparente, porque é de um padrão elevado, porque não é coercivo”, disse Finer, numa possível referência à iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.

O anúncio surge num momento em que Joe Biden trabalha para uma possível normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, tal como já aconteceu entre Telavive e os Emirados Árabes Unidos, Bahrain e Marrocos.

De acordo com o portal de notícias Axios, o projeto prevê ligar os países árabes através de comboio — ligações que poderão ser alargadas a Israel em caso de normalização das relações, e depois à Europa através dos portos marítimos israelitas -, bem como ligações marítimas com a Índia.

O grupo G20, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), reúne-se hoje e no domingo na capital indiana, Nova Deli, num encontro marcado por tensões patentes na ausência dos Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Na reunião, as fortes divergências sobre a guerra na Ucrânia, a eliminação progressiva das energias fósseis e a restruturação da dívida deverão dominar os debates e, provavelmente, impedir qualquer acordo.

Tanto Moscovo como Pequim confirmaram recentemente que os seus chefes de Estado não participarão na cimeira e que os respetivos países serão representados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.