Das 108 detenções, registadas até ao momento, pelo crime de desobediência, 29 dizem respeito à violação das obrigações de confinamento. "Estas são particularmente graves", sublinhou Eduardo Cabrita.

"Quem está confinado, ao violar a regra a que está sujeito, está não só a colocar em causa a sua própria saúde como está a colocar em causa a saúde e segurança de todos com quem convive", acrescentou.

De acordo com o ministro da Administração Interna houve ainda 10 tentativas de violação da cerca sanitária de Ovar.

Sem referir números, Eduardo Cabrita salientou ainda um terceiro tipo de violações, as de "obrigações de encerramento de estabelecimento comerciais".

Em declarações aos jornalistas, o MAI referiu ainda que mais de 4 mil portugueses já indicaram pretender ter apoio do Estado no seu regresso a Portugal. "Cerca de 75% desses repatriamentos já estão concretizados", disse.

Estão a realizar-se "diligências" para o regresso "nos próximos dias" de "cerca de mil cidadãos nacionais" que ainda se encontram fora do país.

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Sobre o controlo de fronteiras, Eduardo Cabrita adiantou que, durante estas duas semanas, foram controlados 132 mil cidadãos na fronteira portuguesa com Espanha. Houve ainda 1126 recusas de passagem na fronteira.

A fronteira mais movimentada, acrescentou, foi a fronteira de Valença, onde se registaram 61 mil situações de controlo de pessoas em trânsito.

O último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 9.034 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 209 morreram, 1.024 estão internados em hospitais, 68 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.

A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade. A medida foi entretanto prolongada até 17 de abril.

A 18 de março foi também decretado o estado de emergência para todo o país, o que entrou em vigor às 00:00 do dia 22 e foi quinta-feira prorrogado até 17 de abril. A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 9 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.