A maioria destes alunos tinha terminado o secundário no estrangeiro e decidiu prosseguir os estudos em Portugal, mas também há um grupo de estudantes que já estava no ensino superior e escolheu Portugal para obter créditos académicos que serão posteriormente reconhecidos pela instituição estrangeira a que pertencem.

No ano passado, estes alunos representavam 11,9% do total de estudantes inscritos em instituições portuguesas, revela o Inquérito ao Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior (RAIDES) realizado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

Ao abrigo de programas de mobilidade internacional, universidades e politécnicos receberam 44.485 alunos no ano letivo de 2017/2018.

Mais de metade (28.122) faz parte do grupo que completou o ensino secundário no estrangeiro e decidiu obter um diploma em Portugal (Mobilidade de grau).

Comparando com o ano anterior, verificou-se um aumento de 26,7% destes alunos que, no ano passado, já representavam 7,5% do total dos inscritos no ensino superior.

Na sua maioria são mulheres (51,6%) e vem do Brasil (39%), Angola (11,4%), Cabo Verde (9,3%) e França.

Chegam à procura de formação nas áreas das “Ciências empresariais, administração e direito” (23,9%) e da “Engenharia, indústrias transformadoras e construção” (20,4%).

Oito em cada dez inscreveram-se numa instituição pública, sendo que 77,6% do total optou por uma universidade em detrimento de um politécnico.

No entanto, os politécnicos têm vindo a registar um grande aumento de estrangeiros: no ano letivo de 2016/2017 eram 4.809 estudantes e no ano passado já ultrapassavam os seis mil (6.306).

A Área Metropolitana de Lisboa é a que acolhe mais estudantes (37,2%), sendo que no ano passado a região do Algarve destacou-se ao quase duplicar o número de alunos em dois anos, passando de 350 alunos para 592.

A maioria dos alunos inscreveu-se numa licenciatura 1.º ciclo (10.025) e de mestrado 2.º ciclo (8.260).

No ano passado houve outros 16.363 alunos que já frequentavam o ensino superior lá fora e decidiram inscrever-se por um determinado período num estabelecimento de ensino superior português, com o objetivo de obter créditos académicos que serão posteriormente reconhecidos pela instituição estrangeira de origem a que pertencem.

Também aqui houve um aumento de alunos (mais 9,2% em relação ao ano anterior), com estes alunos a representar já 4,4% do total de inscritos.

Mulheres entre os 18 e os 22 anos é o perfil destes estudantes que chegam maioritariamente ao abrigo de programas financiados pela União Europeia por um semestre.

Também nestes casos, a grande maioria (78,9%) procura uma universidade e inscreve-se numa instituição pública (85,2%).

A região de Lisboa foi a que registou maior aumento no número de inscritos em mobilidade internacional (5.795 em 2016/17 e 6.535 em 2017/18), mas foi na região do Alentejo que se verificou o maior aumento percentual, com mais 35,9% de alunos nesta situação (passando de 373 estudantes para 507 no ano passado.

Os cursos nas áreas das “Ciências empresariais, administração e direito” foram os mais procurados com 26,5% de inscritos do total de inscritos em mobilidade.

Tal como se registou nos anos anteriores, o leque das nacionalidades dos inscritos foi diversificado, mas a nacionalidade brasileira continua a ser a mais representada (20%) seguida pela espanhola, italiana, alemã e polaca.