Ana Gomes foi hoje constituída arguida por “ofensa a pessoa coletiva”, situação que anunciou na sua conta na rede social Twitter.

Contactada pela Lusa, a antiga eurodeputada disse tratar-se de uma “tentativa de retaliação e intimidação”.

Sobre o processo, que irá agora ser apreciado pelo Ministério Público, para eventual acusação, disse estar “tranquila”.

Em causa estão declarações proferidas em abril de 2016 por Ana Gomes, em reação a um comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) a anunciar buscas e diligências no quadro da designada "Operação Atlantis", relacionadas com a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e a venda do navio "Atlântida" ao Grupo Douro Azul.

Na ocasião, Ana Gomes declarou ao Diário de Notícias que a investigação era "um sinal de que algo está a mexer num caso de flagrante corrupção", envolvendo a venda "a patacos" do ‘ferryboat’ Atlântida ao Grupo Douro Azul, o qual, segundo a eurodeputada, tinha “muito que contar" às autoridades.

O grupo acusou então a eurodeputada de fazer "insinuações e acusações graves, visando atingir a credibilidade e prestígio” das empresas envolvidas e de "insinuar uma qualquer relação entre a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC com a venda do navio ‘Atlântida’ ao Grupo Douro Azul, sabendo que não correspondia à verdade".

“Não ofendi mais do que o comunicado da PGR”, disse hoje à Lusa a antiga eurodeputada, garantindo a sua total “disponibilidade para ir a tribunal”.