Fábio Cigano vai ser extraditado para Portugal depois de ser ouvido em tribunal em solo marroquino, onde foi no domingo detido após um trabalho entre as autoridades portuguesas, marroquinas e espanholas. Pelo menos é este o entendimento de Carlos Rodrigues, advogado criminalista.

"Há um acordo de extradição estabelecido entre Portugal e Marrocos, tendo sido assinado em 2007. A extradição do foragido é possível porque este não vai ser julgado por um crime em Marrocos, mas sim por algo que fez em Portugal, neste caso a fuga. Há também o pressuposto que o detido tem também uma pena para cumprir superior a quatro meses, se fosse igual ou inferior, a extradição poderia não ser possível", começou por dizer Carlos Rodrigues ao SAPO24, salientando depois que o processo de extradição poderá demorar ainda algum tempo.

"Não sei quando será presente a tribunal, depois disso acontecer, o juiz ordenará então a extradição. Não posso precisar os dias, semanas, mas acredito que se for ouvido ainda hoje ou esta semana, o prazo será curto", salientou.

Fábio Cigano, de 34 anos, tinha sido condenado a 25 anos de prisão por tráfico, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, entre outras infrações.

Preso desde 2012, ou seja, há 12 anos, faltar-lhe-iam 13 anos para a liberdade. Carlos Rodrigues diz que esses serão os anos que terá de cumprir pelos crimes que foi declarado culpado, dado que a lei portuguesa não contempla agravamento de pena por evasão.

A única 'punição' que Fábio poderá enfrentar devido a esta fuga é a "restrição de visitas", salienta o especialista.

No entanto, o advogado criminalista diz que há a possibilidade de Fábio enfrentar um novo julgamento por evasão, outro crime, que poderá "imputar mais até dois anos de pena" total.