Segundo o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, a falta de médicos provocou o encerramento das urgências pediátricas do Hospital de Faro e do Centro Hospitalar do Oeste este fim de semana.
A urgência obstétrica e ginecológica do Hospital Garcia de Orta não recebe grávidas este fim de semana e até a urgência geral deste hospital está hoje a sofrer constrangimentos, estando o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a enviar doentes para outras unidades, acrescentou Roque da Cunha.
O sindicalista destacou ainda o caso da urgência obstétrica do Hospital de Portalegre, onde disse haver uma médica que este fim de semana assegura 48 horas seguidas de urgência.
“É uma total irresponsabilidade”, disse o clínico, sublinhando que “uma médica 48 horas seguidas a trabalhar não pode constituir uma escala”.
Segundo o portal do Serviço Nacional de Saúde, o bloco de partos e a urgência obstétrica e ginecológica do Hospital Garcia de Orta só funcionam hoje entre as 08:00 e as 00:00, depois de no sábado terem estado encerrados a partir das 08:00.
Há ainda limitações no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, cuja urgência obstétrica só funcionou entre as 00:00 e as 08:00, e no Hospital Sousa Martins, na Guarda, que só tem urgência obstétrica das 00:00 às 09:00.
O portal prevê ainda que na segunda-feira o Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, tenha o bloco de partos fechado entre as 09:00 e as 21:00.
O presidente do SIM tem alertado que o problema do fecho de serviços de urgências vai agravar-se até ao final do ano, apelando ao Governo para acelerar o processo negocial com os sindicatos para mitigar a situação.
“Este ano está previsto que se reformem cerca de 500 médicos hospitalares e cerca de 400 médicos de família, portanto, sem o Ministério da Saúde encarar esse assunto de uma forma séria dificilmente isto é ultrapassado”, disse hoje à Lusa.
Roque da Cunha disse que após uma maratona negocial de sete horas no dia 26 de julho o SIM acertou uma proposta de protocolo de negociação, mas até agora o Ministério da Saúde não fez chegar ao sindicato a sua concordância com o plano e não há por isso data para iniciar a negociação.
O responsável acredita que, se houver acordo entre as partes no processo negocial, é possível travar a saída de médicos e atrair outros, mas lamentou “a lentidão” do Governo nas negociações.
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