De acordo com uma nota à imprensa do gabinete de Ferro Rodrigues, a Direção Administrativa e Financeira, a Divisão de Gestão Financeira e a Divisão de Apoio ao Plenário da AR informaram que “no site do parlamento, permanece assinalada a presença do senhor deputado José Silvano, no dia 18 de outubro de 2018”, apesar de o deputado e secretário-geral do PSD já ter admitido que faltou.
Segundo a nota, o presidente da Assembleia da República “solicitou, ontem, 05 de novembro de 2018, aos Serviços da AR, explicações sobre o fundamento de notícias que durante o fim de semana visaram o Senhor Deputado José Silvano, do Grupo Parlamentar do PSD”.
No sábado, o jornal Expresso noticiou que José Silvano, de acordo com o registo oficial das sessões plenárias da Assembleia da República, não tem qualquer falta nas 13 reuniões plenárias realizadas no mês de outubro, apesar de em pelo menos um dos dias ter estado ausente, conforme o próprio secretário-geral do PSD admitiu em declarações àquele semanário.
Na tarde de 18 de outubro, o dirigente do PSD esteve no distrito de Vila Real ao lado de Rui Rio, cumprindo um programa de reuniões que teve início às 15:30 (hora do plenário). Apesar disso, nessa quinta-feira, alguém registou a presença do secretário-geral social-democrata logo no início da sessão plenária, quando passavam poucos minutos das três da tarde.
Os serviços da Assembleia da República informaram ainda que “todos os deputados renovaram, no passado mês de julho, a respetiva password” e que “não existem atualmente deputados com opção de 'password never expire'” (palavra-passe nunca expira).
Os serviços referem ainda que “a password de cada utilizador é um dado pessoal e intransmissível, mas tecnicamente nenhum sistema impede a sua partilha”, pelo que “a password do Senhor Deputado José Silvano terá sido utilizada por pessoa diferente do Senhor Deputado, enquanto este se encontrava ausente do Plenário”.
“O Presidente da Assembleia da República informou o Senhor Deputado José Silvano e a direção do Grupo Parlamentar da PSD dos resultados desta diligência, para os efeitos que considerem adequados”, refere.
José Silvano assumiu o cargo de secretário-geral do PSD em março deste ano após a demissão de Feliciano Barreiras Duarte na sequência de notícias sobre irregularidades no percurso académico e com a morada para efeitos de cálculo de abonos das deslocações como deputado.
Na segunda-feira, confrontado com este caso, o presidente do PSD, Rui Rio, afirmou que mantinha a confiança política no secretário-geral do partido, e classificou-o como uma “questiúncula”.
"Claro que mantenho a confiança política. O caso não é agradável, como é evidente, não é um caso positivo, mas acha que ter uma proposta para o país, discutir o país, debater o país pode ser anulado pelas pequenas questiúnculas que estão constantemente a surgir neste partido e nos outros partidos? Não pode ser, temos de estar um bocadinho acima disso", acentuou.
O líder do PSD acrescentou então que o secretário-geral do PSD já lhe teria explicado explicou o que se passou e que este iria fazer chegar um direito de resposta ao Expresso.
Comentários