Numa conferência de imprensa, em Lisboa, na sede da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, apresentou as reivindicações para 2020, nomeadamente os salários.
“O objetivo é [o documento reivindicativo] ser entregue à nova ministra no dia 6 de novembro, dia de plenário de dirigentes, delegados e ativistas da Frente Comum”, precisou a líder sindical, explicando que, “em primeiro lugar”, o sindicato quer negociar o aumento de 90 euros a partir do próximo ano, ou três euros por dia.
Do documento reivindicativo constam também um aumento do salário mínimo para 850 euros, a reposição dos 25 dias de férias, o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias, a reposição do valor de horas extraordinárias e a reposição dos escalões de IRS de antes dos tempos da ‘troika’, entre outras reivindicações.
“Espero que o ministro Centeno não queira ser como o Salazar. Tenho muita pena de dizer isto, mas os trabalhadores da administração pública só levavam aumentos salariais de vez em quando. Nós não podemos voltar para trás e estar num espaço que nos lembramos sistematicamente (…) desse tempo em que não havia aumentos e, quando havia, eram só para alguns mais qualificados, exatamente o que este Governo quer fazer”, defendeu a sindicalista.
“Não estou a comparar ao Salazar”, salvaguardou, explicando que o que quis dizer é que, “por analogia, este Governo está num caminho que vai lá ter”, aos tempos Salazar.
“Com o programa de Governo [apresentado no sábado], não vai haver descanso na administração pública”, adiantou Ana Avoila, explicando que os sindicatos vão ainda decidir “que caminho de luta” vão tomar com os trabalhadores para fazer valer as suas reivindicações.
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