“Até ao momento ainda não tivemos um boom de pedidos” de bolsas, disse hoje o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), João Sobrinho Teixeira, numa entrevista à Fórum Estudante, transmitida em direto na página de Facebook da revista.

O secretário de Estado reconheceu, no entanto, que a situação das famílias se poderá agravar e por isso o Governo decidiu alargar os prazos para que os alunos possam continuar a recorrer às bolsas até ao final do ano letivo.

“Procurando que nenhum estudante fique para trás, demos instruções e vamos alterar o calendário até ao qual será possível pedir uma revisão ou uma apresentação de bolsa de estudo”, anunciou o governante.

Além do alargamento dos prazos das bolsas, Sobrinho Teixeira disse ainda que foram dadas indicações para que as instituições de ensino superior possam ativar “mecanismos de emergência”.

“Até ao momento, ainda não tivemos uma grande emergência porque os efeitos da crise de saúde está agora a repercutir-se numa crise económica, que irá agora começar a aparecer”, lamentou, admitindo que o Governo está preparado para ter de reforçar os apoios sociais.

“Estamos à espera que seja necessário ter de dar algum apoio às instituições e, sobretudo, aos estudantes ao longo destes meses e até ao final do ano letivo”, reconheceu.

As aulas presenciais estão suspensas desde 16 de março e dois dias depois o Governo declarou o estado de emergência, que já foi prolongado por duas vezes, devendo terminar esta semana.

Os alunos do ensino superior serão os primeiros a retomar as aulas presenciais, a partir da próxima semana, segundo orientações do Ministério do Ensino Superior.

Nas duas últimas semanas, as instituições têm estado a preparar o regresso de alunos, professores e funcionários de forma a tentar reduzir ao máximo o contágio em ambiente escolar.

Nesse processo de regresso às aulas, Sobrinho Teixeira lembrou que tem sido desenvolvido um trabalho colaborativo entre as instituições de ensino superior (IES).

No caso dos institutos politécnicos, por exemplo, as instituições decidiram juntar-se para fazer as encomendas do material necessário a esta fase de pandemia, lembrou Sobrinho Teixeira.

“Nos politécnicos vai haver uma confluência do que serão todas as encomendas necessárias para este efeito para uma melhor capacidade de adquirir a melhores preços os equipamentos de proteção”, explicou.