“Eu acho legítima essa ideia. Acho é que, no momento onde o nosso Orçamento [do Estado] está tão pressionado com tantas necessidades, fizemos aquilo que era possível, que é uma redução de 25% a partir do oitavo dia de utilização, na certeza de que continuaremos a fazer um esforço no sentido de estes custos diminuírem”, disse Ana Abrunhosa à agência Lusa.

A governante falava no Sabugal, à margem da sessão do Dia do Concelho, que assinalou os 724 anos da atribuição do foral pelo rei D. Dinis.

“Esta foi a nossa promessa mas, também, volto a sublinhar, não seria através da isenção, que sendo naturalmente importante, que iríamos resolver os problemas do turismo neste país, numa altura em que as pessoas têm e devem ficar em casa”, acrescentou.

O presidente da Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, exortou na segunda-feira o Governo a suspender o pagamento de portagens nas ex-Scut (ex-vias sem custos para o utilizador) nos próximos seis meses, “já que está a limitar os portugueses de circular” devido à covid-19.

Em Viseu, durante a apresentação da Rota Dão e Petiscos, Pedro Machado lembrou que “o turismo foi responsável por 14,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019″ e defendeu que um setor que “injetou na economia, direta e indiretamente, um valor tão significativo, precisa de ver reforçadas as suas ajudas”.

“Se estamos a confinar, se há menos receita direta e indireta daquilo que é o produto de uma matéria que vai para os cofres do Estado, (o Governo) que suspenda (o pagamento de portagens) e ajude os portugueses”, defendeu.

Hoje, a ministra da Coesão Territorial lembrou que o Governo “acabou de aprovar uma redução, a partir do oitavo dia de utilização, de 25% do valor das portagens”, e “nunca se comprometeu com a isenção ou com a anulação do valor das portagens”.

“Eu diria que no momento em que se consegue reduzir as portagens, que foi essa a promessa que fizemos, não me parece que seja através da isenção das portagens que nós salvemos o turismo, infelizmente numa altura em que temos que ficar em casa”, concluiu Ana Abrunhosa.