“Temos assistido a uma campanha de contrainformação (…). Mas não se confirmam as notícias que têm vindo a público e que têm tentado alarmar a população”, afirmou aos jornalistas a presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite, no final de uma reunião na Ordem dos Enfermeiros que hoje decorreu em Lisboa.

Também a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ana Rita Cavaco, indicou que “há uma tentativa de denegrir os enfermeiros”, frisando que não houve até hoje nenhuma situação durante a greve em blocos operatórios que tenha posto em risco a vida de doentes.

Sobre a reprogramação de cirurgias, a bastonária da OE estimou que nem o setor privado terá capacidade para absorver tanta cirurgia que será adiada se a greve se cumprir até ao final do mês.

Segundo o Sindicato Democrático dos Enfermeiros, a outra estrutura que além da ASPE convocou a greve, até hoje terão sido adiadas cerca de seis mil operações.

Ana Rita Cavaco diz ainda que “iria custa muito mais dinheiro” pagar aos privados as cirurgias adiadas por causa da greve “do que satisfazer algumas das reivindicações dos enfermeiros”.

“Dá ideia de que vale tudo menos negociar com os enfermeiros. A ideia é que há uma tentativa de denegrir os enfermeiros”, afirmou a bastonária aos jornalistas.

O presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros, Carlos Ramalho, afirmou que a greve é para manter até ao fim e até para prolongar além do final do mês, mas prefere acreditar que o Governo ainda quererá negociar com os sindicatos.

As duas estruturas que convocaram a greve em blocos operatórios de cinco grandes hospitais públicos reclamam, entre outras medidas, a redução da idade da reforma e a criação de uma carreira que consagre a categoria de enfermeiro especialista, que é de resto já atribuída pela Ordem dos Enfermeiros.

A bastonária recorda que os profissionais chegaram a ter uma carreira com aquela categoria estabelecida, que foi abandonada em 2009, no tempo da então ministra da Saúde Ana Jorge, segundo Ana Rita Cavaco.