No seu relatório diário sobre vítimas civis confirmadas desde o início da agressão militar russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de quarta-feira (hora local), 112 crianças entre os mortos e 149 entre os feridos.

A Alto Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.

“A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de ‘rockets’, e por ataques aéreos e de mísseis”, refere ainda o ACNUDH.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.

A ofensiva russa causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 4 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU — a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.