António Guterres declarou, na terça-feira, que “este não é o momento de reduzir o financiamento das operações da Organização Mundial da Saúde ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus” responsável pela pandemia da covid-19.

“A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a covid-19″, salientou Guterres.

O secretário-geral da ONU reagia ao anúncio do Presidente norte-americano, Donald Trump, de suspender a contribuição do país à OMS, justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia da covid-19.

“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse.

Na passada quarta-feira, o líder da ONU tinha já reagido às críticas norte-americanas à OMS, ao lembrar que a organização, com milhares de funcionários, está na linha da frente da luta contra a pandemia e no apoio aos Estados-membros da ONU, “principalmente os mais vulneráveis”, com diretivas, formação ou equipamento.

Ao criticar a decisão norte-americana, António Guterres reconheceu que “os mesmos factos podem ser interpretados de forma diversa por diferentes entidades”.

“Uma vez voltada a página desta epidemia, será tempo de rever para compreender como uma tal doença pode acontecer e alastrar tão rapidamente a sua devastação por todo o mundo”, salientou.

“As lições aprendidas serão essenciais para gerir eficazmente desafios semelhantes, se surgirem no futuro”, acrescentou.

“Mas este não é o momento (…) e também não é o momento de reduzir os recursos para as operações” da OMS no combate contra a pandemia, sublinhou.

O secretário-geral da ONU concluiu: “como já o disse, o momento agora deve ser de unidade da comunidade internacional para trabalhar em conjunto, de forma solidária, para deter este vírus e consequências esmagadoras”.

No anúncio feito perante os jornalistas, Trump considerou que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade” da doença covid-19.

Por outro lado, o Presidente norte-americano referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que Trump estimou que fosse o investimento da China na organização.

Donald Trump advogou ainda que se a OMS “tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China”, para averiguar a “situação no local”, a pandemia poderia “ter sido contida na fonte com pouquíssimas mortes”.

A pandemia da covid-19 já causou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, sendo atualmente os Estados Unidos o país com maior número de mortos (25.239) e de infetados, com quase 600 mil casos confirmados.

O número total de infetados na China desde o início da pandemia é de 82.249, dos quais 3.341 morreram.

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