“A capacidade instalada, nesta fase inicial, será entre dez a 15 camas para hospitalização domiciliária que vão ser abertas nas Caldas da Rainha e em Torres Vedras”, disse à agência Lusa Elsa Baião, presidente do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).
A previsão inicial do CA era de que “o projeto estivesse no terreno em fevereiro”, mas a presidente admite que “possa demorar mais algum tempo porque houve que iniciar de base todo o processo”.
Numa primeira fase a hospitalização domiciliária será disponibilizada apenas nas áreas dos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, onde estão a ser constituídas equipas, ficando de fora o hospital de Peniche, a terceira unidade do CHO.
“A capacidade será posteriormente ajustada de acordo com os meios e as necessidades”, afirmou Elsa Baião, sublinhando a necessidade de “dar a conhecer às pessoas este novo modelo de prestação de cuidados”.
A hospitalização domiciliária é uma alternativa ao internamento convencional que permite aos doentes internados recuperar de uma doença aguda em casa, recebendo cuidados hospitalares.
Na prática, proporciona “assistência contínua e coordenada aos cidadãos que, requerendo admissão hospitalar para internamento, cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde que constituam uma Unidade de Hospitalização Domiciliária, com a concordância do cidadão e da família”, refere o despacho que determina a estratégia de implementação de Unidades de Hospitalização Domiciliária no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O modelo que se aplica a diversas patologias “implica também que os doentes tenham condições sociais como uma casa em condições e um cuidador”, lembrou Elsa Baião.
A par com a hospitalização domiciliária, a nova administração do CHO, em funções desde setembro de 2018, avançou também com a criação de “uma equipa de gestão de camas” que está a elaborar o regulamento que, após aprovação, “será uma mais valia porque irá permitir rentabilizar as camas que estão disponíveis no hospital”.
O CA pretende ainda, após a conclusão da remodelação do serviço de urgências do Hospital das Caldas da Rainha, “criar um espaço para passar a ter camas de cuidados intermédios”, possibilitando internamente estabilizar alguns doentes sem a necessidade de os transferir”, explicou a presidente.
A remodelação e ampliação do serviço de urgência médico-cirúrgica da Unidade das Caldas da Rainha, deverá estar concluída durante o primeiro semestre deste ano.
Trata-se de um investimento de 1.733.254,00 euros que contempla a criação de uma segunda Sala de Observação (SO) com 264 metros quadrados e capacidade para 20 camas e a criação de um espaço complementar para 12 cadeirões.
A intervenção incidirá ainda na urgência pediátrica, onde a atual SO será ampliada de 27 para 76 metros quadrados, passando a dispor de seis camas. Passará ainda a contar com uma sala de espera exclusiva, assim como de um balcão de admissão destinado unicamente aos doentes até aos 18 anos.
De acordo com Elsa Baião, a obra em curso “não interfere” com a maior afluência de doentes às urgências durante os períodos de pico da gripe, mas ainda assim estão a ser “firmados protocolos com os agrupamentos de centro de saúde para evitar a vinda de doentes que possam ser tratados nos cuidados primários”.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).
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