O estado de emergência para combater a pandemia de covid-19 foi aprovado pelo Parlamento em meados de março com a maioria de dois terços dos deputados do partido de Orbán, o Fidesz, e sem o apoio da oposição, uma vez que o texto não incluía um limite temporal para os poderes extraordinários do executivo.
De várias organizações não-governamentais húngaras até à União Europeia (UE), o estado de emergência foi criticado pelo poder quase ilimitado dado a Orbán e ao seu Governo.
Em fins de maio, o primeiro-ministro húngaro disse publicamente que o Governo iria apresentar uma lei para pôr termo às competências extraordinárias, após considerar que a medida tinha cumprido o objetivo, acrescentando que os seus críticos lhe deveriam pedir desculpa.
No entanto, num comunicado conjunto, Amnistia Internacional (AI), a União pelos Direitos Fundamentais (UDF) e o Comité Helsinki Húngaro (CHH) alertaram para o facto de a futura lei conter uma disposição que abre as portas a que o Parlamento volte a passar ao chefe do Governo poderes extraordinários semelhantes.
A normativa estipula, contudo, períodos limitados de seis meses, com a possibilidade de prorrogações.
Espera-se que, depois de aprovado no Parlamento e da “luz verde” do Presidente húngaro, János Áder, seja decretado o levantamento do estado de emergência a 20 deste mês.
A partir desta data, manter-se-á em vigor o alerta epidemiológico face à possibilidade de surgimento de uma segunda onde de contágios.
Segundo os dados mais recentes das autoridades sanitárias húngaras, a Hungria recenseou 4.076 casos de covid-19, daí resultando a morte de 563 infetados. Quase 2.500 infetados foram dados como curados.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 450 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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