As propostas aprovadas hoje por unanimidade, em reunião de câmara, definem a atribuição de 10 mil euros à congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, “com vista à reconstrução das residências da Beira e Manica”.
Na proposta, o executivo liderado por Isaltino Morais (independente) destaca “o trabalho meritório da congregação” desenvolvido em Queijas, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, e na Beira e Manica, cujas instalações ficaram “danificadas e sem condições de habitabilidade” após a passagem do ciclone Idai.
Outra das propostas hoje aprovada cria uma conta solidária, com o IBAN PT50 0036 0002 99100077623 27, que estará a receber donativos da população até 30 de abril e na qual o município fará o primeiro donativo no valor de 10 mil euros.
Estas duas iniciativas do município somam-se à já anunciada aquisição de medicamentos considerados urgentes para os próximos meses, à recolha de bens alimentares e vestuário e à disponibilização de meios técnicos para realização de cartografia, através da empresa Municípia, atualmente em Moçambique a realizar trabalhos de cadastro na Província de Nampula, para que sirva como “ferramenta de apoio para as autoridades da Província da Sofala e da República de Moçambique na reconstrução dos territórios afetados”.
O balanço mais recente, apresentado na terça-feira pelas autoridades moçambicanas, aponta para 598 mortos, 1.641 feridos e 967.014 pessoas afetadas pelo desastre natural de 14 de março.
O último balanço, apresentado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), acrescenta mais 80 vítimas mortais desde segunda-feira, altura em que foi dada como concluída (desde quinta-feira) a fase de salvamento e resgate.
Além de provocar pelo menos 808 mortos no total, a passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
A região enfrenta agora o perigo de fome e epidemias, com casos de cólera já registados na cidade da Beira.
A ONU inicia hoje um programa de vacinação oral contra a cólera, de 900 mil unidades.
A agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) calcula que sejam necessários 19 milhões de dólares (16,9 milhões de euros) durante os próximos três meses para ajudar os mais afetados pelo ciclone em Moçambique.
Os números da FAO apontam para que cerca de 400.000 hectares de cultivo tenham sido afetados, essencialmente de milho e sorgo, nas províncias centrais de Manica e Sofala, poucos meses antes do período de colheitas.
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