“O nosso objetivo, a nossa luta, é chegar à Páscoa com 90% das habitações entregues”, assumiu hoje Ana Abrunhosa, num dia em que entregou na freguesia de Serrazes, concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, mais duas casas totalmente reconstruídas.

Em São Pedro do Sul, foram feitas seis reconstruções, duas parciais e quatro totais, “num montante total de 360 mil euros e, neste momento, estão concluídas cinco habitações e está em fase final de conclusão uma reconstrução total”, contabilizou Ana Abrunhosa.

A habitação que falta “deverá estar pronta em fevereiro” e, explicou a presidente da CCDR Centro, “só não está concluída porque houve problemas nos acessos”, ou seja, “foram feitos por duas vezes, até para transportar o material, porque o primeiro acesso ruiu com as chuvas e isso atrasou” a obra.

As duas chaves entregues hoje foram totalmente reconstruídas e “devolveram alguma dignidade, porque pelo menos voltam ao lugar onde nasceram e sempre viveram” os dois octogenários de 87 e 81 anos.

Maria Adelaide da Silva, de 87 anos, viveu durante este tempo no lar, e António de José Matos foi para o outro lado da freguesia, para casa de um primo. Hoje, “o contentamento é muito por voltar ao lugar” que chama de seu e onde teria morrido se os vizinhos não o tivessem acordado, às duas horas da manhã, de 15 de outubro de 2017, quando a casa já ardia.

Para o processo da devolução das casas destruídas pelos incêndios de 2017 ficar concluído, falta entregar menos de 50% das habitações dos 30 concelhos afetados pelas chamas e que levou à CCDR Centro o pedido de apoio de reconstrução de 798 casas, 448 parciais e 350 totais.

“Destas, 798 estão concluídas 460, ou seja, 57,6%, e o resto está em execução e em diferentes fases de execução”, esclareceu Ana Abrunhosa.

Isto porque, explicou, “ainda ontem [terça-feira] deu entrada mais um pedido de reconstrução, apesar do prazo ter terminado a 31 de janeiro de 2018, mas os pedidos continuam a chegar e são aceites desde que estejam muito bem instruídos, ou seja, com tudo legalizado e com todos os documentos” em ordem.

“Houve situações que só agora no final do ano foram legalizados, porque aproveitaram a vinda de familiares que estão no estrangeiro para legalizar ou fazer as partilhas e, por isso, há casas que vão agora iniciar, mas também temos, felizmente, todas as semanas casas a ficarem concluídas”, contou a responsável.

Até à data, a CCDR Centro já pagou “31 milhões de euros pelas 460 habitações concluídas, de um processo que está estimado em 50 milhões de euros”, disse Ana Abrunhosa.