“Já vos expliquei a minha dolorosa experiência em Portugal, em outubro de 2017, quando o país nos pediu para ativarmos o nosso mecanismo de auxílio, mas não foi possível. Quase dois anos volvidos quero pedir desculpa ao povo português por não temos conseguido”, disse Christos Stylianides, em Madrid, quando questionado por jornalistas portugueses sobre as falhas na resposta ao pedido de ajuda do Estado português para combater os incêndios florestais.
Stylianides lamentou a “fraqueza das instituições europeias” para ajudar Portugal a combater os grandes incêndios de 2017 e garantiu que “mesmo nesta fase de transição do sistema 'rescUE' os mecanismos que envolvem os Estados-membros podem prestar assistência em toda a toda a Europa para salvar vidas”.
O comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, explicou que, na altura, “mesmos com boa vontade para fornecer auxílio" vários países como Espanha, Croácia, França, Itália ou Grécia enfrentavam idênticas condições atmosféricas e não tinham meios para ajudar.
“Infelizmente não conseguimos prestar auxílio ao povo português e tivemos 100 vítimas. Esta dolorosa experiência foi muito chocante e foi aí que se decidiu incrementar o sistema de auxílio de proteção civil”, que agora entra na sua fase de transição em relação aos meio aéreos disponíveis.
O representante europeu falava a jornalistas portugueses durante uma visita à base aérea de Torrejón, Madrid, onde estão estacionados os dois aviões Canadair que fazem parte dos 13 meios aéreos da frota inicial de combate a incêndios no âmbito da iniciativa “rescUE”, implementada este ano.
No âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, foi criado este programa de auxílio com um orçamento de 200 milhões para 2019/2020 e que conta com meios aéreos de combate a incêndios florestais da Croácia, França, Itália, Espanha e Suécia colocados à disposição de todos os Estados-membros de 15 de julho a 31 de outubro.
O período de transição deste programa de ajuda vai até 2025, mas a ideia dos responsáveis europeus é criar uma frota permanente e um centro de conhecimento que abarque prevenção e combate a incêndios, mas também que estude os efeitos das alterações climáticas.
O encontro incluiu uma visita ao Centro de Satélites da União Europeia (SatCen), que tem 11 portugueses entre os seus 140 elementos.
O SatCen é um organismo da UE que recolhe e analisa dados e imagens provenientes de vários satélites de observação terrestre, utilizadas na área da política externa e segurança da união e também em atividades humanitárias, como foi o caso o tsunami de março em Moçambique.
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