Para o médico responsável pela Coordenação Nacional dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), António Táboas, estes números são “exemplo da importância que os utentes atribuem a esta matéria, continuando a ligar 112 em caso de dor torácica”.
“Apesar de todas as consequências que a pandemia da covid-19 trouxe, verifica-se que os números não diminuíram em comparação com 2019”, no que à fase pré-hospitalar da Via Verde Coronária (VVC) diz respeito.
Segundo António Táboas, citado no comunicado, “a maioria dos doentes pedem ajuda nas primeiras duas horas após o início dos sintomas”.
Os dados estatísticos revelam que em 73% dos casos decorreram menos de duas horas entre a identificação dos sinais e sintomas e o encaminhamento da vítima através desta Via Verde.
Em 21,9% dos casos o contacto através do 112 foi efetuado entre duas e 12 horas de evolução da sintomatologia e os restantes 4,9% dizem respeito a situações com mais de 12 horas de evolução.
Para melhorar esta situação, é “essencial" que a população saiba reconhecer os sinais e sintomas de alerta desta doença "e ativar, de imediato, a Emergência Médica, através do 112.
Segundo os dados, há uma maior incidência desta doença súbita nos homens (340 casos).
Os distritos onde se verificou a maior incidência de doentes encaminhados através da VVC foram Lisboa, Porto e Faro, com 101, 77 e 49 casos, respetivamente.
Os hospitais de Braga (56), de Faro (47), Santa Marta, em Lisboa (44), São João, no Porto, (41), Santa Maria, em Lisboa (35) foram os que receberam o maior número de doentes encaminhados pelo INEM através da Via Verde.
Dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos são alguns dos sinais que podem indicar um enfarte.
Perante a suspeita de um enfarte, o acompanhante deve manter uma atitude calma, sentar o doente, evitar que este faça qualquer tipo de esforço físico, tais como, levantar-se, caminhar ou até falar, “procedimentos simples” que podem estabilizar a situação e retardar ou impedir a evolução da doença.
O INEM encaminha as vítimas para “os hospitais adequados, permitindo um tratamento mais rápido e, consequentemente, mais eficaz nas unidades de cuidados intensivos coronários ou salas de hemodinâmica”.
O enfarte agudo do miocárdio é uma das principais causas de morte em Portugal, ocorrendo quando se dá uma interrupção súbita, prolongada e total ou quase total, da perfusão sanguínea coronária, essencial para garantir o funcionamento do coração.
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