Segundo estimou à Lusa e à Renascença Filomena Rosa, que esteve na quinta-feira na tomada de posse do novo bastonário da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução, o inquérito disciplinar que foi aberto pelo IRN com base nas notícias sobre a obtenção de nacionalidade portuguesa por Roman Abramovich “deverá estar concluído em fevereiro”, altura em que, face à matéria apurada, o inquérito poderá dar azo ou não a processo disciplinar.
A concessão de cidadania portuguesa ao multimilionário russo, proprietário do clube de futebol inglês Chelsea, foi alcançada ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, que foram expulsos da Península Ibérica durante a Inquisição medieval, num processo conduzido pela comunidade judaica do Porto.
Para obter a nacionalidade, o requerente deve provar que pertence a uma comunidade sefardita, independentemente do país de residência atual. Contudo, a decisão final e a certificação legal dos documentos cabem aos serviços de conservatória e ao Governo, nomeadamente à tutela da Justiça.
Em 29 de dezembro de 2021, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros explicou que a concessão da nacionalidade portuguesa a Roman Abramovich está em conformidade com a lei de 2014.
“Desde 2014, com a aprovação da lei na Assembleia da República que permite a concessão de nacionalidade portuguesa a pessoas descendentes dos judeus sefarditas expulsos de Portugal no século XV, milhares de pessoas têm utilizado essa faculdade que o Parlamento lhes deu para adquirir a nacionalidade portuguesa”, disse Augusto Santos Silva.
A informação da naturalização do multimilionário russo foi revelada no final de 2021 pelo jornal Público, que adiantou que o processo demorou apenas seis meses. De acordo com o diário, ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas, Roman Abramovich é português desde o passado dia 30 abril.
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